28 setembro 2015

"Portugal está cada vez mais no radar dos investidores"


Os investidores estrangeiros são um dos pilares do crescimento imobiliário no país. Apesar do cenário, Ricardo Sousa defende que é preciso "definir uma estratégia de posicionamento de Portugal". Os dados registados até ao momento comprovam um aumento no número de transacções imobiliárias e a tendência é para manter. Ricardo Sousa acredita contudo que "não é expectável" uma subida acentuada dos preços. No primeiro semestre, a actividade da empresa de mediação imobiliária em Portugal registou um crescimento de 38% na sua facturação.


A procura internacional, a retoma da confiança e a crescente disponibilização de crédito à habitação pela banca justificam a evolução numa altura em que o país se consolida nos radares do investimento. Ricardo Sousa vai mais longe e admite a necessidade de serem adotadas alterações fiscais para que atraiam e promovam o regresso de médios e grandes proprietários ao mercado de arrendamento nacional.

Quais são as expetativas para o fecho do mercado imobiliário português este ano?
Os indicadores registados apontam para que se continue a verificar um aumento do número das transacções imobiliárias. Apesar dos sinais positivos que o mercado está a registar, penso que deveremos ser prudentes, dado que existem factores macroeconómicos e políticos que podem condicionar o ritmo de crescimento do número transações. Relativamente à evolução dos preços, não é expetável uma subida acentuada, no curto prazo. 

E a actividade da Century 21, segue essa tendência? 
Claramente. Os resultados do primeiro semestre deste ano da Century 21 Portugal confirmam a tendência de evolução positiva do sector imobiliário. Registámos um crescimento de facturação de 38%, em comparação com o período homólogo do ano anterior. 

Que factores justificam esta evolução? 
Há dois factores determinantes para esta evolução: por um lado a procura internacional, que desde 2014 tem tido um impacto positivo no número de transações e nos índices de confiança dos operadores e investidores. Por outro lado, a evolução do crédito à habitação e do número de famílias que reúnem as condições para aceder ao financiamento. Estes factores refletem-se no aumento de 51% do número de operações de crédito à habitação, que está a gerar um maior dinamismo no mercado imobiliário, sobretudo no segmento médio e médio baixo, e nos mercados mais periféricos, a nível nacional. 

A aposta na divulgação da oferta nacional nos mercados estrangeiros é ainda forte ou o país já está naturalmente nos radares dos investidores? 
Portugal está cada vez mais no radar dos investidores. Programas como o Golden Visa [oficialmente designados corno autorizações de residência para actividade de curto investimento] ou o Programa de Residentes Não Habituais [destinado a cidadãos europeus] estão a permitir que Portugal chegue a novos mercados que tradicionalmente não investiam no nosso país. Contudo, é fundamental definir uma estratégia de posicionamento de Portugal e das suas regiões, a nível global, para atrairmos os clientes e investidores internacionais ajustados a esse posicionamento. 

O CEO da Century 21 Rick Davidson considerou que se assiste a uma mudança do mercado residencial puro para o mercado de investimento. Em Portugal já se assiste a essa dinâmica?
O mercado imobiliário residencial português caracterizou-se, durante muitos anos, por uma lógica especulativa. Actualmente, assistimos a essa alteração para um mercado de investimento. Contudo, esta transição será gradual e será fundamental a dinamização e profissionalização do mercado de arrendamento.

Em termos de regulamentação, que passos são essenciais serem dados nos próximos tempos?
Esta responsabilidade está do lado dos operadores privados. Acreditamos que estão estabilizadas as bases para que o mercado evolua corretamente. No entanto, a nível fiscal serão necessários ajustes adequados, para atrair médios e grandes proprietários ao mercado de arrendamento.

Fonte: Negócios

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