08 outubro 2015

Popular vai criar ‘badbank’ para os imóveis em carteira


Plano prevê ‘spin-off’ de nova empresa detentora de imóveis no valor de cinco mil milhões. O Banco Popular propôs ao Governo de Madrid e ao Banco de Espanha a criação de um veículo para ficar com activos imobiliários no valor de cinco mil milhões de euros, noticiou ontem o "El Confidencial". A medida, que ainda não teve ‘luz verde', visa aproveitar a recuperação do mercado imobiliário, permitindo reforçar os rácios da instituição, através da redução dos activos ponderados pelo risco.


Segundo o "El Confidencial", o projecto do Popular foi apresentado ao Ministério da Economia espanhol, ao supervisor espanhol e ao próprio Banco Central Europeu, de modo a avançar com a criação deste "banco mau".

De acordo com a mesma fonte, a operação permitiria ao Popular reforçar os rácios de capital, cumprindo as exigências para o sector bancário que foram fixadas pelo Banco Central Europeu, por via da redução dos activos ponderados pelo risco, através da passagem dos imóveis para uma nova companhia, completamente independente do Popular.

O plano prevê duas fases: numa primeira etapa, a nova empresa será separada do Popular através de um ‘spin off', passando a ser detidas pelos próprios accionistas do banco.

Numa segunda fase, estará prevista a venda da maior parte do capital a investidores externos ao banco e aos seus accionistas. 

Desta forma, o Popular reduzirá de forma muito significativa a sua carteira de imóveis recebidos em dação de clientes cujos créditos entraram em incumprimento.

No total, o Banco Popular tem activos imobiliários em carteira no valor de 16 mil milhões de euros, devido ao aumento significativo do crédito malparado, nas empresas e nas famílias espanholas, ao longo dos últimos anos, devido à dura recessão que se abateu sobre o país. Com a criação deste veículo "tóxico", o valor dos imóveis em carteira será reduzido para cerca de nove mil milhões de euros.

Ainda segundo o "El Confidencial", para além de reforçar os rácios de capital (actualmente situados em 10,4%), a criação do ‘badbank' do Popular permitirá separar o negócio bancário das sequelas da crise dos últimos anos, melhorando o seu perfil de risco, diminuindo a dívida e aumentando a rentabilidade.

Fonte: Económico

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