28 outubro 2015

Reabilitação no centro do Porto já captou €1,1 mil milhões de investimento privado


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Este investimento foi feito ao longo dos últimos 10 anos na Baixa e Centro Histórico, que continuam a exibir elevada atratividade. E este ano, nesta zona, a dinâmica de obras de reabilitação já superou a atividade de 2013. De acordo com o levantamento realizado pela Porto Vivo, SRU, entre janeiro de 2015 e junho de 2015, o território correspondente à antiga ACRRU (Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística) recebeu um investimento privado acumulado em reabilitação urbana que terá atingido mais de 1,1 mil milhões de euros, revelou Álvaro Santos, presidente daquela entidade.


No mesmo período, o investimento público ascendeu a 61,5 milhões de euros, o que, de acordo com as contas deste responsável, significa que cada euro de investimento público terá alavancado 18 euros de investimento privado.


O resultado está à vista, com a Baixa e o Centro Histórico do Porto a tornarem-se, “de novo, na zona da cidade com maior dinâmica e vitalidade, recuperando-se a sua centralidade”, comenta Álvaro Santos, para quem, ao longo destes dez anos, a reabilitação passou de “uma incipiente e reduzida escala de intervenções para uma volumosa ação sobre o edificado, o espaço público e as dinâmicas sociais e económicas” destas zonas da cidade. 

E o interesse parece não ter abrandado, com o primeiro semestre deste ano a manter a tendência de “crescimento exponencial” quer do número de requerimentos relativos a operações urbanísticas quer em termos de indicadores de obras de reabilitação concluídas, visíveis sobretudo em termos de alvarás de obra e de utilização. Só nos primeiros seis meses deste ano, a emissão de alvarás de obras cresceu 55% face ao período homólogo de 2014, enquanto que os alvarás de utilização dispararam 375%, revelou Álvaro Santos, evidenciando ainda que se tratam de volumes que “ultrapassam largamente os totais de 2013”. E até final do ano, “as estimativas que hoje fazemos apontam para um reforço considerável da dinâmica de reabilitação urbana na nossa área de intervenção”, diz o presidente da Porto Vivo, SRU. 

Os números de mercado vão ao encontro desta perspetiva e, de acordo com informações reveladas há dias pela Confidencial Imobiliário no âmbito do SIR , o Centro Histórico do Porto concentra cerca de 46% das transações de compra de casas na cidade, exibindo já o segundo preço mais elevado de venda na cidade (1.481 euros por metro quadrado). Este valor é apenas superado pelos preços de venda praticados na zona que está associada ao segmento residencial de luxo no Porto, nomeadamente a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. 

“Reabilitação merece ser reforçada”

Para Álvaro Santos, acima de tudo é preciso ter em conta que “a reabilitação urbana da cidade do Porto precisa e merece ser reforçada, até porque se apresenta “como um farol para outras cidades que procuram o mesmo caminho de crescimento e de desenvolvimento sustentável”.

Reconhecendo o longo caminho já percorrido pela reabilitação urbana ao longo da última década, Álvaro Santos não esconde porém que se “mantêm enormes desafios no nosso horizonte”, admitindo que “na nossa área de intervenção se mantêm zonas com graves necessidades de reabilitação, as quais são consideradas prioritárias”. Neste âmbito, o responsável destaca a intervenção no Morro da Sé, que se “mantém na nossa agenda”, nomeadamente com o lançamento de novos concursos internacionais para os equipamentos que anteriormente estavam destinados a uma Residência de Estudantes e a uma Unidade de Alojamento Turístico, bem como a continuação da intervenção no âmbito do Programa de Realojamento Definitivo. Além disso, “afiguram-se novas intervenções” que deverão concentrar-se na zona de Santa Clara e do Morro da Vitória. “Daremos, portanto, cumprimento à estratégia definida no âmbito da Operação de Reabilitação Urbana do Centro Histórico do Porto complementar à delimitação da Área de Reabilitação Urbana e as linhas de atuação que, já antes, se definira no Plano de Gestão do Centro Histórico do Porto Património Mundial, aprovado em 2009 pela Unesco”, esclarece Álvaro Santos. 

A Porto Vivo pretende, assim, manter-se “ativa no papel de orientar os investimentos no setor público e do setor privado, tirando ainda partido dos apoios do novo Portugal 2020”, diz. O responsável da Porto Vivo, SRU, revela que a entidade está a preparar candidaturas a este quadro de financiamento, ao Horizonte 2020, INTERREG SUDOE e URBACT, para além de se associar a outros projetos já em curso como o ICP Europe. Álvaro Santos esclarece ainda que “estamos desenvolver importantes diligências para assegurarmos a criação do Fundo REENERGI.CHP, ou de um instrumento que atue nos mesmo moldes”, uma vez que é considerado essencial assegurar a “criação de um mecanismo de financiamento sustentável em reabilitação urbana que atue numa base local”. O responsável da Porto Vivo, SRU frisa ainda que o Porto já tem vindo a preparar-se para “este novo ciclo de financiamento”, bastante assente “no crescimento inteligente, sustentável e inclusivo”, tendo, para tal, criado novas áreas de reabilitação urbanas. 

Porto Vivo “quer levar” Semana da Reabilitação mais longe
Associando-se desde o primeiro momento à Semana da Reabilitação Urbana no Porto, a Porto Vivo., SRU reconhece que o evento “rapidamente se afirmou na agenda da cidade e do país” e está convicto de que a nova edição “continuará a celebrar a reabilitação e revitalização da nossa cidade”. Dada a relevância do evento, Álvaro Santos defende mesmo que é importante “levar mais longe esta Semana, transformando-a numa feira de cariz internacional, onde se juntassem investidores, promotores e cidades que desenvolvem atividade no seio da reabilitaçãoo urbana”. A Porto Vivo, SRU promove uma das sessões integradas no ciclo de conferência da Semana, sob o tema “Dinâmicas de Futuro na Reabilitação Urbana”. Esta sessão tem lugar na sexta-feira, 30 de outubro, a partir das 15 horas e é coorganizada com a Abreu Advogados.

Fonte: Público

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