18 outubro 2015

São precisas 181 horas de trabalho para comprar um m2 em Lisboa



IMOnews Portugal
Estudo da Century 21 compara 72 cidades de todo o mundo quanto ao custo da habitação. Um português com um salário médio (com a hora de trabalho a valer cerca de €10) tem de trabalhar 181 horas para conseguir comprar apenas um metro quadrado de uma casa no centro de Lisboa. Em Londres, onde o preço das casas é 15 vezes mais caro do que em Lisboa (€28.170 para €1.808), são necessárias 1.360 horas de trabalho para custear apenas um m2. E em Pequim, na China, onde as duas variáveis estão nos limites (os salários são baixos e o m2 é alto, situando-se nos €7.050), é preciso trabalhar 2.047 horas para se conseguir comprar apenas um m2 na cidade.

O exercício integra um estudo detalhado da Century 21 Portugal — “Housing Global Trends”, efetuado em colaboração com a Confidencial Imobiliário, empresa especializada em índices do sector — que analisou as atuais dinâmicas do mercado imobiliário internacional de 45 países (de um total de 75 países onde a Century está presente) com o objetivo de perceber quais são as recentes tendências relativamente ao fluxo de quem compra casa no seu próprio país e também quem está a investir no estrangeiro.

Assim, para comparar o custo da habitação em 72 cidades de 45 países do mundo, foi apurado o número de horas de trabalho necessárias para que um cidadão local consiga comprar um metro quadrado de uma habitação standard na cidade (ver tabela). 

O estudo coloca as cidades de Phnom Penh e Siem Reap, no Camboja, nas duas primeiras posições do ranking, com 2.948 e 2.359 horas de trabalho/m2, respetivamente, o que reflete o reduzido poder de compra local. Neste critério de avaliação, Lisboa situa-se no 514 lugar da tabela, com o custo do metro quadrado a equivaler a 181 horas de trabalho. Já o Algarve apresenta um valor médio de custo do metro quadra-do de 98 horas de trabalho, situando-se na 68ª posição. 


Lisboa sem margem para subir preços 

O ranking posiciona ainda, entre outras cidades, Berlim em 549 lugar, Toronto em 589, Bruxelas em 629 e Luxemburgo em 709. 

"Há quem diga que Lisboa ainda tem margem para subir os preços das casas mas nós não nos podemos comparar com Paris ou Madrid. É preciso olhar para o poder de compra dos portugueses", sublinha Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal. O responsável dá ainda, como exemplo, as cidades que estão abaixo de Lisboa. "Em Berlim, Dusseldorf ou Bruxelas, o m2 é muito mais caro que o nosso mas eles têm um poder de compra também muito superior ao português, o que lhes permite trabalhar menos horas para comprar casa. Olhando para o estudo em termos globais, percebemos que não há margem para crescimento de preços em Lisboa ou em outras cidades portuguesas". 

O estudo tenta também perceber quais são os principais países do mundo na rota do turismo residencial. E aqui surge claramente os EUA a liderar esta lista de países com capacidade de atratividade no imobiliário. Na Europa, é notório o peso dos países da Europa do Sul. E Portugal está cada vez mais competitivo quando se trata de atrair estrangeiros para aqui adquirirem a sua casa de férias. Aliás, uma das conclusões deste "Housing Global Trends" (que partiu de um inquérito realizado entre julho e agosto junto de 45 responsáveis de cada país onde a rede Century 21 opera) é que em Portugal - ao lado de países como os EUA, Inglaterra, Espanha, Ilhas Caimão e México - ja se vende uma casa em cada cinco a clientes internacionais. "São dimensões e mercados diferentes, mas em todos estes países 20% das vendas de imóveis residenciais já são a estrangeiros", especifica Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal.

Um conjunto de fatores pesa na decisão de compra de uma segunda habitação, como a atração turística, proximidade geográfica, afinidade linguística ou cultural, o potencial de investimento, a segurança do país e, cada vez mais, os programas de vistos de residência. 

Neste contexto, diz Ricardo Sousa, os EUA surgem à cabeça de um ranking que inclui ainda na segunda posição a Inglaterra, destinos apetecíveis em todas as frentes, do turístico ao nível de atratividade enquanto capitais financeiras e de negócios. 

A Ásia — ao contrário da Europa onde pontuam vários países com boa capacidade de atração — tem apenas um único destino mais globalizado: a Tailândia. Porém, os asiáticos, e especialmente os chineses, estão entre os que mais investem em casas no estrangeiros. De acordo com o estudo, além dos chineses, também americanos, russos, ingleses e canadianos constam atualmente como os maiores investidores em imobiliário no estrangeiro. 

Como sublinha Ricardo Guimarães, administrador do Confidencial Imobiliário, "os chineses, à semelhança dos franceses, estão mais associados a uma lógica de emissor e não tanto de recetor". Segundo este estudo, em França, China, Alemanha, Japão e Bélgica a percentagem de habitações vendidas a estrangeiros não alcança os 10% do total de vendas realizadas.

Fonte: Expresso

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