03 novembro 2015

Luxo. Há dois anos a dar ânimo às mediadoras


O mercado de luxo teve um boom em 2013. E não é só ao capital estrangeiro que o deve. Há muito tempo que o imobiliário não via tempos assim. E o mercado de luxo, apesar de pequeno, oferece “excelentes oportunidades”, garantem ao i os responsáveis de três mediadoras que operam em Portugal. Não é à toa que estas empresas têm vindo a investir em recursos financeiros e humanos, abrindo novas lojas especializadas, recorrendo a um marketing especializado e formando profissionais na área.

“Mas este bom momento e o crescimento de mercado não é uniforme”, afirma o sócio-gerente da Porta da Frente/Christie’s. Rafael Ascenso quer com isto dizer que existem zonas de grande procura, onde os preços recuperam do pré-crise, e outras onde a procura é inferior, não se notando grande dinamismo. Os bairros do centro de Lisboa e as zonas de Estoril/Cascais são as mais procuradas. Curiosamente, a ênfase vai para os apartamentos e menos para as moradias, esclarece o empresário. 

Ascenso contraria a opinião da Remax quando diz que o mercado de luxo sofreu os impactos económicos de 2007 a 2012. “Com a crise, não só a procura reduziu como os preços baixaram. Em algumas zonas, cerca de 25%”, sublinha. Por sua vez, o administrador da Century 21, Ricardo Sousa, prefere destacar a estabilidade deste mercado, não querendo com isto dizer que não tenha sofrido com a crise. Só que quem investe neste segmento por norma “tem uma capacidade financeira que lhe permite assegurar e aguardar o tempo necessário para vender o seu imóvel”. Ou seja, pode proteger o seu valor real, sem necessidade de fazer descontos significativos para realizar uma venda rápida. Ricardo Sousa reforça ainda que a compra neste segmento, é muito emocional e a percepção das ofertas é muito mais subjectiva e independente do mercado. 

Coincidência ou não, certo é que foi a partir de 2013 que o mercado de luxo começou a crescer exponencialmente. E desengane-se aquele que julga que isso se deve sobretudo ao investimento estrangeiro. Cerca de 50% do capital aplicado é nacional. Seguem-se o investimento chinês (7%), brasileiro e inglês (5%), informa Beatriz Rubio, CEO da Remax Portugal. Com esta evolução, as mediadoras só tiveram a ganhar. O segmento de luxo na Remax cresceu 28% e quase 5% em transacções durante este ano. Partindo do princípio de que um imóvel de luxo é aquele que vale mais de 500 mil euros, a venda destes na Remax cresceu 23% face ao ano passado. Já a Porta da Frente, que só trabalha com o segmento médio-alto e alto, cresceu uns impressionantes 80% nos primeiros nove meses do ano, em comparação com o período homólogo. “Se consideramos que o segmento alto começa no milhão de euros, então podemos dizer que representa cerca de 45% do volume de vendas da Porta da Frente”, reforça Rafael Ascenso, acrescentando que acredita num crescimento de 35% para o próximo ano. 

Na Century 21, o mercado em questão representa cerca de 10%, com um valor médio de 650 mil euros por imóvel. Isto significa que a mediadora cresceu perto de 25% em relação a 2014. Para o ano espera superar as 800 transacções. Sobre a definição de imóvel de luxo, Ricardo Sousa faz questão de salientar que mais importante que o valor/preço é o estado de espírito, o estilo de vida do proprietário e a singularidade do imóvel. 

Fonte: iOnline

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