25 novembro 2015

Setor imobiliário já vê eficiência energética como “algo muito positivo e tangível“


A disseminação de conhecimento, soluções mais acessíveis e uma confiança fortalecida contribuem para este reconhecimento por parte do setor imobiliário e da construção, diz José Marques, da Saint-Gobain Weber. Reconhecendo que o tema da eficiência energética está em agenda há já bastante tempo em Portugal, o diretor comercial da Saint-Gobain Weber, começa por explicar, em entrevista, que isso acontecia de “forma pouco consistente”, devido ao “baixo nível de conhecimento, dificuldade de acesso a soluções que efetivamente eram energeticamente eficientes, e à falta de confiança em geral”.


Atualmente, na sua opinião, “todos no setor da construção e do imobiliário português estão a identificar a eficiência energética como algo muito positivo e tangível”, já que, “com o decorrer do tempo, as barreiras foram sendo ultrapassadas, o conhecimento foi-se adquirindo, as soluções foram ficando mais acessíveis e a confiança fortalecida”. 


José Marques pensa que há ainda “um grande caminho para percorrer”, defendendo que é crucial que os atores neste segmento considerem “a eficiência energética como um elemento diferenciador e economizador para os seus clientes, empresas e famílias”, até porque “não existe nenhum tipo de edifício que não seja possível sofrer intervenções que provoquem um impacto positivo na redução do consumo energético”. Para tal, é “só necessário colocar esse objetivo sempre que se faça uma intervenção no edificado existente ou numa construção nova”. 

Neste contexto de “mudança do mercado”, serão as empresas “mais dinâmicas e inovadoras “ que mais beneficiam, defende José Marques, acrescentando que a inovação foi sempre um valor central para o Grupo Saint-Gobain, que celebra este ano 350 anos, tendo sido fundado em França durante o reinado de Louis XIV. “A Saint-Gobain é reconhecida como uma das 100 empresas mais inovadoras em todo o mundo e faz parte das 100 empresas na Europa com mais patentes”, diz, acrescentando que “hoje, um em cada quatro produtos que a empresa comercializa não existia há cinco anos”. 

Referência para o habitat sustentável

Atenta a “uma das principais preocupações para quem constrói ou renova edifícios”, nomeadamente o consumo energético, a Saint-Gobain tem como estratégia “ser a referência para o habitat sustentável”, explica José Marques. O grupo, que tem presença em 64 países, “é líder mundial em soluções do HABITAT”, projetando, fabricando e distribuindo materiais de construção e de alto desempenho com as quais pretende dar resposta “aos desafios futuros do crescimento, da eficiência energética e da proteção ambiental”. Isto significa que a Saint-Gobain “tem nos seus ativos, empresas líderes globais de mercado que se dedicam maioritariamente a esta dimensão de conforto do habitat”, esclarece José Marques, explicando que “quando qualquer uma destas empresas está na fase de conceção de um produto ou sistema, tem por base a validação de vários parâmetros técnicos e dentro dos quais está a eficiência energética. Mas também tem outros menos falados, como a resistência ao fogo, a acústica, o conforto visual e qualidade do ar interior, que são também contributivos para um conforto mais abrangente e duradoiro”. 

Também internamente, o grupo Saint-Gobain está atento à eficiência energética, tendo criado e implementado o programa CARE:4®, iniciado em 2008 e com conclusão prevista para 2040. Este programa tem como objetivo “a divisão por 4 vezes do consumo energético e emissão de gases com efeito de estufa em todos os edifícios industriais e de serviços que a Saint-Gobain possui em todo o mundo”, especifica José Marques. O percurso do programa é resumido de maneira simples: ”Iniciou-se com a definição base do que deveria ser a referência CARE:4® para os vários tipos de edifícios em várias regiões do planeta. Em cerca de 8.000 edifícios em todo o mundo, foram identificados aproximadamente 2.000 que são de interesse estratégico. Destes selecionou-se um grupo dos que seriam intervencionados e para os quais já existe um plano de ação em curso, onde se está a reduzir entre 10% e 25% o consumo energético neste momento. Por outro lado, em todos os novos edifícios o standard CARE:4® está a ser obtido, mesmo sendo muito mais exigente que a legislação em vigor neste momento”.

A Casa do Futuro pelos “olhos da Saint-Gobain
“Não está limitada ao tipo de construção como elemento físico, mas sim ao conceito de utilização do espaço, isto é o CONFORTO”, começa por dizer José Marques, a propósito da Casa do Futuro, apresentada pela Saint-Gobain por ocasião do seu 350º aniversário. Esta “casa” deve oferecer a quem a utiliza, e dependendo da sua utilização, o “conforto total em qualquer altura”, diz, explicando que “num edifício são várias as condições que permitem que as pessoas se sintam confortáveis e que, de facto, desempenhem de forma eficiente as tarefas a cumprir nesse espaço”. Para a Saint-Gobain existem cinco aspetos principais que afetam a perceção que as pessoas têm do conforto dentro das habitações, nomeadamente o conforto térmico, o conforto acústico, o conforto visual, a qualidade do ar interior e o facto de ser economicamente acessível, fator que é determinado pelo nível de preço da construção e manutenção do edifício. Por isso, conclui José Marques, “poderei dizer com grande segurança que a “casa” do futuro da SaintGobain é todo o edifício que promova o bem-estar, a saúde e que seja energeticamente positiva”.

Fonte: Público Imobiliário

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