09 dezembro 2015

Estabilidade da procura sustenta sentimento de mercado


Segundo os resultados do RICS/Ci PHMS de Outubro de 2015, a estabilidade da procura continua a traduzir-se em melhores volumes de vendas, embora a previsão de preços varie de região para região. No sector de arrendamento, as condições mais estritas e os vários meses de crescimento marginal levaram a um reforço das projeções de rendas no curto prazo.


Começando pelo mercado de compra e venda, a procura cresceu a um ritmo mensal razoável, observando-se um pequeno aumento em todas as regiões. A oferta também aumentou, embora a taxa de crescimento tenha sido ultrapassada pela da procura (em termos de saldos de respostas). Os volumes de vendas subiram durante o mês de Outubro, tendo sido reportados aumentos todos os meses desde o início de 2014. Olhando para o futuro, as expetativas de vendas sugerem que o acréscimo das transações irá continuar no curto prazo.

Na opinião de Ricardo Guimarães, Director da Ci, “A principal perceção dos agentes é que o mercado está ainda a beneficiar da estabilização económica e do aumento do crédito à habitação por parte dos bancos. Contudo, para alguns, a alteração das expetativas dos proprietários está a dificultar a dinâmica das vendas, havendo maior relutância em aceitar propostas de preços relativamente baixos. A instabilidade e incerteza são também mencionadas como questões importantes para os investidores.”

A melhoria constante da atividade do mercado continua a sustentar os preços das casas no geral. De facto, a tendência de recuperação mantém-se já há onze relatórios consecutivos. Dito isto, as expetativas de preços a 3 meses variam entre as regiões cobertas pelo inquérito, com o indicador para o Porto a mostrar-se ligeiramente negativo nos resultados mais recentes. Contudo, ao longo dos próximos doze meses, os respondentes esperam que os preços aumentem cerca de 2%. Entretanto, o índice de confiança nacional (uma medida composta que abrange as expetativas de preços e vendas de curto prazo) fixou-se em +30 pontos, estendendo a trajetória positiva iniciada em Outubro de 2013. Ainda assim, a leitura mais recente deste indicador aponta para um abrandamento relativamente ao valor de +42 observado em Setembro (o segundo mais alto já registado).

No mercado de arrendamento, um forte aumento da procura foi novamente acompanhado por uma forte queda das instruções de oferta por parte dos proprietários (tendências que se mantêm desde o início de 2014). Consequentemente, as rendas subiram ainda mais, sendo já o sexto mês consecutivo em que se regista um crescimento marginal. Mais, as expetativas de rendas para o curto prazo reforçaram-se e apontam para uma ligeira aceleração do ritmo de crescimento das rendas no futuro.

Para Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, “A recuperação económica estagnou no 3º trimestre de 2015, pondo fim a uma série de cinco trimestres consecutivos de crescimento. Contudo, esta reviravolta deve ser apenas temporária. De facto, a confiança dos consumidores permanece no máximo do período pós-crise, o desemprego está a cair e o custo de crédito continua a diminuir.”

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