02 janeiro 2016

Compra de casas vai continuar a aumentar em 2016


As perspetivas para o mercado imobiliário são animadoras. As mediadoras admitem que estão a prever um aumento de vendas para 2016, mas reconhecem que esta subida poderá ser inferior à que se registou em 2015 e acreditam que esta será boa oportunidade para a compra de casa.



Mas nem tudo são boas notícias. As empresas que atuam neste mercado chamam a atenção para o fato de existirem vários fatores que podem influenciar este crescimento, como a taxa de desemprego, o rendimento das famílias portuguesas e, acima de tudo, a capacidade de aceder ao crédito à habitação.



“A procura internacional continuará a crescer, segundo os nossos indicadores, porém, este segmento não impacta todo o território nacional de igual forma. O verdadeiro motor do mercado imobiliário residencial são as famílias portuguesas, por isso a banca e a sua política de crédito à habitação irá ser determinante”, afirma o administrador da Century 21, Ricardo Sousa.


A verdade é que, de acordo com os últimos dados do Banco de Portugal, as novas operações de crédito à habitação estão atualmente em níveis superiores aos verificados em 2012, apesar de o total dos empréstimos concedidos para a compra de casa estar ainda abaixo dos níveis registados antes do programa de resgate financeiro.

Nos primeiros nove meses do ano de 2015, foram contratualizados 2,8 mil milhões de euros para empréstimos para a compra de casa, um valor já superior ao verificado no ano passado, de 2,3 mil milhões de euros, e também acima dos 2,1 mil milhões registados em 2013 e dos 1,9 mil milhões de euros concedidos em 2012.

Ou seja, as novas operações de crédito para a compra de casa têm vindo sucessivamente a recuperar desde 2012, embora estejam ainda abaixo dos valores registados nos anos anteriores.

Mais oferta 

Já em relação à oferta, as mediadoras admitem que o mercado português continua a apresentar uma oferta mais elevada face à procura e revelam que essa tendência não é igual em todo o país. Isto significa que, há zonas em que se começa a notar a falta de apartamentos novos. É o que se verifica, por exemplo, nas grandes cidades e no Algarve.

Daí as empresas considerarem que está na altura da construção voltar a ter um peso mais importante na economia. “Acredito que é isso que vai acontecer no próximo ano. 2016 será um ano em que haverá um maior número de projetos de construção, face a 2015”, salienta o diretor-geral da ERA, Miguel Poisson.

Uma opinião partilhada por Ricardo Sousa. “Em várias zonas há uma clara falta de oferta ajustada à procura atual e existe uma grande necessidade de oferta ao nível de obra nova, tanto de reabilitação como de construção de raiz”, acrescenta.

Arrendamento fica para trás 

O mercado de arrendamento tem vindo a ficar para segundo plano em detrimento da opção de compra e que tem vindo a ser influenciada pela “melhoria notória de concessão de crédito bancário registada no último ano”, salienta a CEO da Remax, Beatriz Rubio.

Também as questões culturais ganham aqui grande relevo. E a explicação é simples: “Em Portugal, a maioria das pessoas prefere comprar a arrendar”.

Os preços praticados no mercado de arrendamento são vistos pelas mediadoras como o principal entrave ao crescimento deste negócio. “As rendas continuam demasiado elevadas e a compra é, actualmente, mais apelativa (com exceção das pessoas que precisam de mais mobilidade). Para este facto, muito contribui a melhoria no acesso ao crédito, que está agora mais vantajoso do que há um ou dois anos (desde que as pessoas tenham um mínimo de 20% de entrada para a compra da casa)”, alerta Miguel Poisson.

Já em termos de valores poderemos vir a assistir a uma descida de preços no mercado de arrendamento de forma a que possa acompanhar este aumento das vendas, admitem as mediadoras contactadas pelo i.

Ricardo Sousa lembra, no entanto, que este mercado tem “uma dinâmica muito própria e incoerente. “Para um investidor, no enquadramento legal e fiscal, conseguir ter rentabilidade os valores das rendas teriam que subir. Contudo, tendo em conta o rendimento disponível das famílias e dos jovens portugueses, não há espaço para a subida do valor das rendas”, conclui.

Fonte: iOnline

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