19 fevereiro 2016

Estrangeiros desafiam banca nacional nos "spreads" da casa


Do "spread" mais alto, o Deutsche Bank passou a oferecer a margem mais baixa nos empréstimos à habitação. Um ano depois, conseguiu superar a oferta do banco do Estado. Em Espanha já há bancos com "spreads" abaixo de 1%.


Demorou um ano, mas o mercado de crédito à habitação passou a ter um novo "spread" mínimo. Quando em Fevereiro do ano passado a CGD desceu a margem mínima para 1,75%, os restantes bancos apenas conseguiram igualar. Mas o Deutsche Bank vem agora desafiar a banca nacional, com um corte agressivo na taxa de juro para 1,5%, a mais baixa entre as instituições a operar no mercado nacional. Um movimento que coloca os bancos estrangeiros entre as melhores ofertas no empréstimo para a casa. 

O banco alemão tinha, no início do ano, o "spread" mais elevado, de 2,5%, no conjunto de 11 bancos a operar no mercado nacional. Isto numa altura em que a grande maioria dos bancos já exigia margens inferiores a 2%. Depois de vários meses sem proceder a alterações, avançou com um corte que lhe confere a oferta mais favorável: um "spread" que fica aquém dos 1,75% disponibilizados pela CGD, BCP, Santander Totta, Popular e mais recentemente o Crédito Agrícola.

Foi, aliás, exactamente lia" um ano que o banco do Estado passou a exigir esta margem mínima que até agora nenhuma outra instituição tinha conseguido superar, mas apenas igualar. Até agora, porque o Deutsche Bank com um corte de 100 pontos base passou a ter a solução mais competitiva neste segmento de financiamento. Esta "é uma decisão estratégica do banco e pretendemos, além dos produtos de investimento e poupança, dar também um novo enfoque ao crédito à habitação", explicou fonte oficial do banco ao Negócios. Além disso, "é também uma resposta que damos à procura que temos sentido por parte de clientes do nosso 'target' e que não queiram ter o crédito habitação como produto exclusivo no banco". 

Além do Deutsche Bank, também o Santander está entre as melhores ofertas em termos de "spreads" para o crédito à habitação. Com as movimentações recentes, os 3 bancos estrangeiros têm tentado desafiar as instituições nacionais, à semelhança do que aconteceu antes da crise financeira. E ainda que muitos especialistas levantem dúvidas de que as margens fiquem abaixo de 1%, no curto prazo, em Espanha, o Santander reduziu, esta semana, o "spread" para 0,99%. Em Espanha, são aliás cinco os bancos com taxas inferiores a 1%. 

Taxas negativas

Por cá, o banco alemão não foi o único a cortar o "spread" mínimo nas últimas semanas. Além de o Crédito Agrícola ter anunciado uma redução dos anteriores 1,8% para 1,75% (igualando a margem mais baixa do mercado até então), o Montepio desceu a taxa de juro para 2,05% face aos 2,30% anteriores. Isto numa altura em que os valores negativos fixados pelas Euribor, em todos os prazos, têm travado novas mexidas por parte dos bancos. 

Depois de cortes sucessivos até meados do ano passado, as instituições financeiras praticamente estabilizaram as margens exigidas. Isto porque os bancos são obrigados a reflectir à média mensal negativa do indexante na taxa de juro final do crédito. Para evitar que o "spread" possa vir a ser "anulado" pelos valores negativos do indexante, os bancos têm mantido as margens praticarnente no mesmo nível há mais de meio ano. O "spread" médio é, atualmente, de 1,84%.

Fonte: Negócios

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