11 fevereiro 2016

Gap de 20% no preço dos imóveis atrai procura para concelhos a Sul do Porto


Concelhos como Gondomar, Valongo ou Paredes registam, em média, um diferencial de 20% nos preços dos imóveis face ao Porto. Em média, os imóveis nos concelhos mais a Sul do Porto, como Valongo, Paredes e Gondomar, apresentam um patamar de preços cerca de 10 a 30% abaixo dos valores pedidos na Invicta para produtos semelhantes, confirmam diversos mediadores imobiliários.

Ressalvando que “a localização específica tem sempre um peso importante na definição do preço”, Germano Moura, Broker da Remax Plus, considera que “um produto de gama média em igualdade de circunstâncias (ou seja, com o mesmo nível de conservação), terá, no mínimo 20% de diferença no valor face ao Porto”, adianta, referindo que este gap é aplicável quer ao imobiliário residencial quer ao não residencial.


 Também Agostinho Teixeira, gerente da Real Objectiva, refere os dois segmentos nas suas contas, apontando um diferencial para ambos de entre 10 a 20% comparativamente ao concelho do Porto, enquanto que Jorge Fonseca, gerente da Fracção Exacta, posiciona este gap de valores em torno dos 30%. “Um produto semelhante com uma tipologia T2, por exemplo, pode estar em torno do 90 mil euros nestes concelhos e nos 140 mil euros no Porto”, diz. 


Para Agostinho Teixeira, esta questão do preço tem sido especialmente sensível nos últimos três anos face a uma conjuntura económica em que a classe média foi fortemente afetada no seu rendimento disponível. “A perca de rendimento das famílias acabou por desviar consumidores de produtos habitacionais para estes concelhos a Sul do Porto, que são mais acessíveis e onde o metro quadrado é mais barato do que no Porto ou até nos concelhos que lhe estão a nascente e a norte”, refere. 

Para os mediadores, esta fatia de preços é um dos fatores de maior atratividade destes concelhos, que “são efetivamente concelhos satélite para quem precisa de estar no Porto”, mas que proporcionam um “excelente equilíbrio entre preço, qualidade do imóvel e qualidade de vida”, remate Jorge Fonseca. Para este profissional, a procura por este equilíbrio tem sido um bom motor para o imobiliário nestes concelhos, que beneficiam ainda de bons acessos. “Estão muito bem servidos de acessibilidades e com uma boa rede de transportes”, nota Agostinho Teixeira, para quem esta tríade de preços-transportes-acessos é responsável pelo “aumento da atratividade destes três concelhos” em termos de procura imobiliária. 

Mercado está mais dinâmico 

Ainda que “sejam mercados de subúrbio, que reagem de forma diferente aos das grandes cidades”, nas palavras de Germano Moura, estes concelhos têm vindo a apresentar uma tendência de recuperação na dinâmica imobiliária, especialmente ao longo do último ano. Na habitação, existe procura tanto para quem está a adquirir a primeira casa, como para quem “está em processo de troca para uma casa maior”, diz o broker da Remax Plus, que dá ainda nota de uma procura motivada por “investidores que veem no imobiliário uma boa alternativa de rendimento”, diz. No não residencial, Jorge Fonseca, da Fracção Exacta, explica que também já se assiste a uma maior dinâmica no negócio, com “muitos pequenos empresários que querem voltar a arrancar com a sua atividade”. 

Os fatores são comuns ao mercado imobiliário, em geral, explica Jorge Fonseca, apontando a reabertura da Banca à concessão de crédito, a melhoria da economia do país e a maior confiança por parte dos consumidores. Para Germano Sousa, esta combinação de fatores “veio ajudar a que o mercado, em geral, esteja significativamente melhor”, refere. Os mediadores entrevistados explicam ainda que, nestes concelhos, as “vendas se dão maioritariamente em imóveis usados”, diz Germano Moura, uma opinião partilhada por Jorge Fonseca que explica que tal também tem a ver com o desenvolvimento demográfico e territorial do Grande Porto. 

Tendo registado uma maior densidade populacional e um crescimento territorial mais expressivo, as periferias no Porto têm mais população e, logo, maior oferta de imóveis. Sem grande surpresa, também foi nestes concelhos periféricos que “se registou um maior volume de imóveis em incumprimento, existindo uma forte concentração de produtos usados, especialmente integrados nas carteiras de desinvestimento de Banca” diz Jorge Fonseca. Para já, esta é a oferta predominante num mercado, onde “a oferta de produto novo é escassa”, termina Germano Moura, numa opinião partilhada com Agostinho Teixeira.

Millennium bcp tem 70 imóveis em campanha nestes concelhos
Gondomar, Valongo e Paredes são três dos concelhos abrangidos pela atual edição da campanha “Mês das Oportunidades”, que o Millennium bcp tem em curso até final do mês de fevereiro. No total, são cerca de 70 imóveis, dos quais cerca de 57% de uso não residencial e os restantes 43% de uso habitacional. Gondomar é o concelho com maior representatividade na carteira, com 48 imóveis, mas Paredes é aquele onde os valores médios se apresentam mais elevados (241.438 euros nos imóveis não residenciais e 85.667 euros nos residenciais). Durante esta campanha, os imóveis estão a ser comercializados com preços “de oportunidade”, além de beneficiarem de outras condições mais favoráveis, inclusive na questão do financiamento. A estes valores podem ainda acrescer um desconto de 5% ou 10%, consoante forem imóveis residenciais ou não residenciais, respetivamente. Para tal basta que a escritura dos imóveis integrados na campanha seja concretizada até final de março. A campanha termina a 29 de fevereiro.

Fonte: Público Imobiliário

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