07 fevereiro 2016

Imobiliário: quais as zonas mais valorizadas?


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Vendem-se mais casas e pedem-se mais empréstimos ao banco para compra de habitação. Depois dos longos anos negros da crise, o mercado imobiliário volta a dar sinais de vida. Também empurrado pelos estrangeiros que procuram o nosso País. O certo é que, em 2015, as vendas de imóveis cresceram 25%, segundo as previsões, e os agentes imobiliários estão confiantes num aumento dos preços em 2016.
Mas há zonas que já estão a render e muito. Em vários bairros de Lisboa e do Porto, mas também no Algarve e em algumas cidades históricas, os preços das casas dispararam. Conheça as zonas mais ‘in’ do mercado imobiliário.

As zonas mais 'in'

O valor médio do metro quadrado para habitação em Portugal é de 1.041 euros, segundo o INE. Um valor muito abaixo do das zonas que mais estão a valorizar no País. Saiba quais:

LISBOA

Chiado - O seu lado cosmopolita internacional, a vida noturna e uma agenda cultural intensa atraem cada vez mais estrangeiros, que procuram as casas de traça antiga recuperadas. Na Rua das Taipas, por exemplo, um T4 novo chega a estar no mercado por 2,5 milhões de euros enquanto um T1 pode custar 851 mil euros.

Príncipe Real - À semelhança do que sucede no Chiado, a zona do Príncipe Real tem vindo a ser cada vez mais procurada, sobretudo por investidores estrangeiros, que aqui vêem uma oportunidade de negócio ou um local ideal para morar. Com o crescimento do turismo, aumenta a compra de apartamentos novos mas com traça antiga e que depois são alugados para estadas curtas. Um T4 de luxo, num prédio reabilitado, chega ao mercado por valores que rondam os 1,3 milhões de euros.

Lapa - Para quem não gosta do burburinho do Chiado, mas procura um local de charme no coração da cidade, a Lapa continua a ser uma das zonas mais valorizadas, desta vez pela elite nacional. Aqui, encontram-se palacetes e apartamentos de áreas generosas, muitos deles com vista para o rio e num dos bairros mais emblemáticos e aristocráticos de Lisboa. Um apartamento de três assoalhadas e áreas generosas de 200 metros quadrados, num edifício reabilitado, atinge, com facilidade, os 1,1 milhões de euros.

Alvalade - Reconhecido pela arte de bem viver, o bairro onde perdura uma relação de vizinhança é também muito procurado pelas famílias tradicionais lisboetas pela proximidade a alguns dos colégios mais famosos da cidade, o que continua a ser um fator muito valorizado na escolha de um local para viver. Um T1 custa em média 252 mil euros, mais do que um T2 que custa 150 mil euros, mas muito menos do que um T4, a tipologia eleita no bairro e que atinge um valor médio de 900 mil euros.

Parque das Nações - Apresenta um preço médio de venda de 3.016 euros por metro quadrado. Os imóveis existentes são muito recentes e é um dos principais destinos de investimento residencial para os vistos gold. Os preços continuam 30% a 40% acima do seu valor de mercado, uma vez que existe escassez de produto. Nesta zona, muitos agentes imobiliários ganham as suas comissões sobre o preço de venda, pelo que acabam por inflacionar os preços entre o cliente finai e o vendedor particular.

Avenidas Novas - Com um preço médio de venda de 2.397 euros por metro quadrado, o índice da Confidencial Imobiliário destaca a existência de uma oferta com habitações de grandes dimensões e qualidade. Um T3 novo custa atualmente, em média, 1,1 milhões de euros.

Amoreiras - É nos novos edifícios das Amoreiras que vive parte da "elite portuguesa", em detrimento do centro da cidade. O comércio, como o Centro Comercial das Amoreiras, assume um cariz mais exclusivo. Graças às novas construções que ali têm surgido, a zona é referenciada como uma Expo dentro da cidade e o preço por metro quadrado situa-se, para a gama média/alta, nos 3.860 euros.

Estrela - Com um preço médio de venda de 2.193 euros por metro quadrado, existe neste bairro uma grande concentração de palacetes antigos, que têm vindo a ser recuperados para habitação. Um T3 novo custa em média 1,2 milhões de euros. 

Baixa de Lisboa - O preço médio de venda varia entre 2.450 e os 2.850 euros por metro quadrado. Entre a oferta disponível predominam os edifícios antigos que foram alvo de reabilitações caras, muitos deles para turismo e hotelaria. Na freguesia da Misericórdia, um T1 custa em média 730 mil euros, um T2 custa 346 mil euros e um T4 tem um preço de 1,1 milhões de euros.

Avenida da Liberdade - É a artéria da cidade com o preço do metro quadrado mais caro. Não admira por isso que aqui se concentrem algumas das lojas e hotéis mais luxuosos de Lisboa. Nos últimos anos, têm sido reabilitados inúmeros edifícios para habitação, destinados ao mercado de Luxo. O preço do metro quadrado para a gama alta ascende aos 6.934 euros. Um T3 duplex com 230 metros quadrados pode custar mais de 1,6 milhões de euros. 

Avenida Fontes Pereira de Melo - É apontada no setor imobiliário como a nova Avenida da Liberdade em termos de preços. A forte procura e a pouca oferta desta artéria pode inflacionar os preços das habitações, que já rondam os 5 mil euros por metro quadrado. O preço de um T3, num prédio reabilitado, ascende a 1,3 milhões de euros.

Santos - A construção da nova sede da EDP e a valorização de toda a frente ribeirinha, incluindo a reabilitação de muitos edifícios históricos para novas habitações de luxo, fazem desta uma das zonas que apresenta maior potencial de valorização nos próximos anos. Nas novas construções, encontram-se apartamentos T3 por um milhão de euros. 

Belém/Restelo - Integrada na zona ribeirinha da cidade em franca expansão, é uma das que está a beneficiar das obras de requalificação urbanística e de espaços verdes. Aqui estão a abrir portas novos e luxuosos hotéis, assim como edifícios habitacionais para um segmento alto, com vista para o Tejo. Em alguns destes novos empreendimentos, um T4 novo, com 224 metros quadrados e uma vista panorâmica sobre a cidade e a linha de Cascais, chega a atingir os 2,2 milhões de euros.

Alcântara - É uma das zonas em franca reabilitação e que deverá continuar a crescer. As construções mais recentes chegam a ir para o mercado com preços de 1,1 milhões de euros, no caso de T3 com áreas de 322 metros quadrados. Novos espaços de lazer e verdes, condomínios de Luxo e vistas desafogadas para o rio são alguns dos atributos que têm atraído novos residentes, sobretudo famílias.

Xabregas - Os projetos urbanísticos projetados para esta zona ribeirinha, colocam Xabregas na lista de uma das áreas em Lisboa que podem valorizar nos próximos anos. A contrastar com as habitações antigas e pequenas, têm surgido também novos edifícios de qualidade e vocacionados para um segmento médio alto, tirando partido da vista para o rio. A maioria da oferta atual ainda se concentra num segmento inferior. Ainda assim, começam a aparecer alguns prédios novos, com valores próximos dos 200 mil euros, para três assoalhadas, vista de rio e áreas de 180 metros quadrados.

Anjos - As novas esplanadas, as casas amplas e de boa qualidade de construção atraíram nos últimos anos muitas famílias de classe média que, devido a crise, tiveram de trocar de casa para zonas alternativas mais baratas. A área dos Anjos, em franca reabilitação, ganhou uma nova vida. Ainda se encontra um T3 entre os 140 mil e os 150 mil euros. Mas os preços começam a subir. 

Graça - É um dos bairros emblemáticos e turísticos da cidade. Com uma procura que se mantém superior à oferta, consegue manter os preços em alta. Os projetos de reabilitação dos edifícios de traça antiga ajudam a valorizar a zona, que é cada vez mais internacional. Um T3 Localizado num dos muitos prédios recuperados pode custar 957 mil euros.

Cascais/Estoril - Nestas zonas da Linha têm surgido novas construções de luxo, com grandes áreas de construção e uma qualidade de topo. Assim, o preço médio de venda atinge os 1.746 euros por metro quadrado. No entanto, para casas de gama alta, o preço médio ronda os 4.475 euros, um valor que tem em conta a proximidade à praia e as vistas de mar.

PORTO

Aldoar/Foz do Douro/Nevogilde - É uma das zonas da moda no Porto. Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, apresentam com um preço médio de venda de 1.542 euros por metro quadrado e, a oferta é caraterizada por habitações de grandes dimensões e qualidade, pela proximidade à praia e ao mar, havendo também alguma concentração de palacetes antigos, que entretanto foram recuperados.

Baixa do Porto - Inclui as freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória e tem atualmente um preço médio de venda de 1.477 euros por metro quadrado. Aqui destacam-se os edifícios antigos, com reabilitações caras e uma forte procura de habitações para o turismo. Desde 2009, a Baixa do Porto regista uma valorização acumulada de 65,1%. Só nos últimos 12 meses, a subida foi de 21,5%, o que faz deste período aquele onde aconteceu a maior valorização em todo o período analisado.

ALGARVE

Quarteira - As casas dos empreendimentos turísticos e situados nesta localidade do concelho de Loulé apresentam um preço médio de venda de 1.586 euros por metro quadrado. Há poucas semanas, um fundo de investimento lançou uma nova fase de um empreendimento em Vilamoura e os imóveis foram quase todos vendidos. São sobretudo franceses e ingleses quem mais está a investir nos resorts e empreendimentos de luxo algarvios, seduzidos pelo clima, segurança e atrativos fiscais.

Albufeira - Tal como em algumas zonas de Quarteira, continuam a surgir novos projetos imobiliários de luxo neste concelho, aumentando os preços médios de venda, neste caso de 1.402 euros por metro quadrado. Este nível de preços é suportado pela concentração de casas de luxo, muitas das vezes inseridas em complexos turísticos de luxo, pelo elevado número de propriedades à beira-mar ou localizadas em campos de golfe, sendo que nestes casos se tratam de casas de áreas generosas e com boa qualidade de construção. É também um mercado de investimento  para vistos gold.

Tavira - Resorts de Luxo, com campos de golfe, numa das zonas menos massificadas do Algarve, têm trazido para o concelho novos investidores, na sua maioria estrangeiros. Atualmente, o preço médio de venda ronda os 1.236 euros por metro quadrado e o concelho é considerado como um dos que apresenta potencial para continuar a valorizar nos próximos tempos.

OUTRAS

Coimbra - Os preços das novas construções continuam a subir, refletindo o aumento da procura. Um T2 novo pode hoje custar perto dos 200 mil euros em vez dos 179 mil registados há um ano. A cidade atrai cada vez mais portugueses e estrangeiros.

Braga - Outra cidade apontada pelos agentes imobiliários corno uma das que, no futuro, mais poderá ter os preços em alta. A tendência é sustentada peta crescente procura por parte dos investidores estrangeiros nas cidades históricas, pouco massificadas e com património arquitetónico Em 2014, um T2 novo custava em média 127 mil euros, enquanto no ano passado este vaiar subiu para os 149 mil euros.

Fonte: Revista Visão, publicado a 07/01/2016

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