O Bankinter vai ter no crédito para a casa uma das suas principais armas. Chega com o "spread" mais baixo do mercado, mas mais alto do que o que pratica em Espanha. As operações do Barclays deram, na sexta-feira, lugar às do Bankinter. Mais um banco de capital espanhol a operar no mercado português. E chega com vontade de seduzir os clientes. Pelo menos no que diz respeito ao crédito à habitação. Apresenta a margem mais baixa do mercado, tal como o Deutsche Bank. Dá, assim, um novo impulso à competição por taxas de juro mais atrativas nos empréstimos para a compra de casa.
Com as Euribor em mínimos históricos, cada vez mais negativos, as instituições financeiras interromperam, nos últimos meses, o corte sucessivo dos "spreads" que iniciaram em Fevereiro do ano passado. Mas, com a entrada de um novo operador no mercado, a situação sofreu alterações. O Bankinter não quis que a sua estreia em Portugal passasse indiferente aos clientes com crédito à habitação.
Apresenta um "spread" mínimo de 1,5% no crédito à habitação, o mais baixo entre as instituições financeiras a operarem em Portugal. Com esta margem, o banco iguala a oferta do Deutsche Bank. O banco alemão desafiou, em Fevereiro, as instituições nacionais ao passar a exigir a margem mais baixa do mercado nos empréstimos para a compra de casa.
Com estas revisões, as condições mais atractivas no crédito à habitação são dos bancos estrangeiros. É que, depois destes dois, surgem o Santander Totta e o Banco Popular, com uma taxa de juro de 1,75%. Esta margem foi, no último ano, a mais baixa do sector, constando também dos preçários da Caixa Geral de Depósitos, Banco Comercial Português e Crédito Agrícola.
Além disso, o "spread" que era, até quinta-feira, exigido pelo Barclays era mais elevado. O banco inglês apresentava uma taxa de juro de 1,90%. Um valor que o colocava em linha com a média disponibilizada pelos restantes bancos e que rondava os 1,95%.
Mais caro
Se comparado com a oferta do Bankinter em Espanha, o "spread" em Portugal é mais elevado. Isto porque, no país vizinho, a margem mínima que pode ser conseguida pelos clientes é de 1,20%. Uma taxa de juro que, tal como em Portugal, é associada à Euribor a 12 meses.
Quanto às restantes condições do empréstimo, o Bankinter revela, no preçário, que financia até 75% da avaliação do imóvel. Uma percentagem que supera os 70% do valor da habitação que eram emprestados pelo Barclays até à passada quinta-feira. Também neste critério o banco está em linha com as práticas do sector que, em regra, empresta 80% da avaliação.
Fonte: Negócios
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