01 abril 2016

Crescimento das vendas online não trava expansão dos retalhistas


O crescimento das vendas online não vai travar os planos de expansão de lojas físicas dos retalhistas em 2016, de acordo com o estudo “How Active Are Retailers Globally?” da CBRE, que contemplou mais de 150 grandes marcas internacionais sediadas nas Américas, Ásia Pacifico, Europa, Médio Oriente e África. Segundo a 7ª edição deste estudo, 83% das marcas admitem que os seus planos de expansão das lojas não serão afetados pelo crescimento do comércio online em 2016, apesar deste cenário poder alterar-se de acordo com o mercado em questão.


Apenas 22% das marcas estão preocupadas com o impacto que a forte concorrência do retalho online poderá vir a ter no mercado este ano. Do total de inquiridos, 17% mantêm ambições de larga escala, com muitos retalhistas a estimarem a abertura de mais de 40 lojas (mais 9% que em 2015) em 2016 e a grande maioria (67%) prevê abrir até 20 lojas. 


Para Carlos Récio, Diretor de Agência de Comércio da CBRE, “Apesar do contexto de incerteza económica e do aumento anual da popularidade das compras online, a presença de uma loja em locais chave mantém-se um elemento essencial para reforçar a presença e a força da marca junto do público. As lojas continuam a ter que criar uma afinidade emocional com os consumidores e os clientes continuam a sentir a necessidade de se deslocar a uma loja tradicional, de tocar no produto e de usufruir do bem-estar associado à inigualável experiência de loja. A loja é essencial no contexto de experiência de compra e pode ser utilizada de diferentes formas: como ponto de recolha, como local de procura de um determinado produto ou marca ou como ponto para testar um produto. A importância da loja não se esgota na componente transacional.” 

De acordo com o comunicado da CBRE, a Europa Ocidental está no topo da estratégia de expansão dos retalhistas, com a Alemanha a assumir-se como o local mais popular para 35% dos retalhistas, logo seguida pela França com 33% e pelo Reino Unido com 29%. Portugal encontra-se na lista de mercados em expansão para 5% dos retalhistas. 

A China reuniu a preferência de 27% dos retalhistas e os Estados Unidos da América estão na mira de um quarto dos retalhistas em 2016.

Mark Burlton, Global Executive de Retail da CBRE para a região EMEA comentou: “Os retalhistas continuam a depositar a sua confiança no mercado europeu, que já foi testado e aprovado anteriormente. Estes três mercados europeus estão integrados em cidades com valores de consumo muito positivos e com indicadores estáveis de turismo. A Alemanha oferece aos retalhistas a oportunidade de explorarem seis importantes cidades com uma grande densidade populacional e um poder de compra significativo. A França e o Reino Unido são duas das maiores capitais da moda do Mundo, onde a presença de loja por si só garante uma exposição de marca muito grande. As marcas europeias continuam a ver um grande potencial nas suas próprias regiões e como tal encontram-se ainda muito focadas na expansão da sua estratégia dentro de portas.”

Apesar dos valores positivos, os retalhistas mantêm-se “prudentemente otimistas” em 2016. Quando questionados acerca dos fatores de risco no próximo ano, e à semelhança do que aconteceu o ano passado, identificam os crescentes custos do setor imobiliário (56%) e as incertezas económicas relativamente ao futuro (42%) como as principais preocupações.

As lojas de ruas (76%) e os centros comerciais regionais (72%) foram enumerados como os formatos mais populares para uma estratégia de expansão, com um número crescente de marcas a procurarem os principais centros de ligação de viagens. Um quinto das marcas, maioritariamente das Américas e de EMEA, admitiram orientar as respetivas estratégias de expansão para estes centros de ligação de viagens em 2016, tendo desta forma acesso a locais muito movimentados. “O desafio para os retalhistas passa agora pela construção de uma oferta atrativa, que leve as pessoas a permanecerem mais tempo no espaço comercial e a gastarem mais dinheiro”, acrescentou Burlton.

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