26 abril 2016

Juros da casa duplicam ritmo de queda


A tendência da taxa de juro dos empréstimos para a compra de casa é de queda há vários meses. Contudo, o recuo acelerou no último ano, à boleia do corte dos "spreads". Não é novidade que as taxas de juro do crédito à habitação estão em queda. Além das Euribor estarem em mínimos históricos, os "spreads" exigidos pelos bancos estão também a reduzir-se. Com isso, o ritmo de descida está a acelerar cada vez mais. O recuo dos últimos doze meses duplicou a descida registada no ano anterior.

A taxa de juro implícita dos novos empréstimos para a compra de casa atingiu, em Março, os 2,099%, o valor mais baixo desde que há registos (Janeiro de 2009), revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Depois da ligeira subida registada em Fevereiro, a taxa retomou a tendência negativa que regista desde Março do ano passado.

A taxa de juro média dos contratos de crédito recentes era de 2,867%, nesta altura. Recuou para perto dos 2%, no último ano, segundo os dados publicados na última sexta-feira. Uma queda de 25%, que mais do que duplica o recuo de 10,7% registado um ano antes. 

A justificar o maior ritmo de queda esteve o início do movimento de corte sucessivo das margens exigidas pelos bancos. Foi precisamente nos primeiros meses do ano passado que as instituições financeiras retomaram a aposta no segmento do crédito à habitação, reduzindo os "spreads" mínimos cobrados aos clientes. A taxa média aplicada num conjunto de 11 bancos já é inferior a 2%, metade do que era há dois anos.

Com este recuo das taxas de juro, a prestação média dos empréstimos está também em queda. Atingiu os 311 euros, em Março, segundo os dados do INE. Um valor que, no início de 2009, no pico da crise financeira, correspondia apenas à componente de juros, à qual era ainda acrescida a componente de amortização de capital.

A queda das taxas no mercado tem permitido amortizar cada vez mais capital. Nas mensalidades dos contratos recentes, cerca de metade do dinheiro corresponde aos juros e a outra metade reduz o capital em dívida. No início de 2009, perto de 80% do valor da prestação dizia respeito aos juros, enquanto menos de 20% amortizava dívida. O capital médio em dívida ascende 85.773 euros, um máximo desde 2011.

Fonte: Negócios

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