06 abril 2016

Reabilitação conquista espaço na produção imobiliária


A reabilitação urbana tem vindo a ganhar escala e a afirmar-se como um setor de oportunidade concretizada para o investimento imobiliário, como comprovam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostram que em 2015 já pesava 35,2% no número de edifícios concluídos em todo o país, ainda que o universo de obras concluídas seja hoje bastante menor.


De acordo com os dados do INE, em 2005, 18,6% dos edifícios concluídos em Portugal eram resultantes de reabilitação, peso que foi gradualmente aumentando, passando para 23,8% em 2010 e, nos últimos dois anos, estando já acima dos 30%. 


E também as empresas que atualmente operam neste mercado estão a ganhar mais negócio este ano. O inquérito mensal à Reabilitação Urbana realizado pela AICCOPN (Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas) revela que em fevereiro (últimos dados disponíveis), a atividade gerada neste mercado cresceu 23,4% face ao mesmo período do ano passado, dando continuidade aos bons resultados registados em 2015, quando este crescimento foi de 23%, com a carteira de encomendas a crescer 12,4% nesse ano face ao ano anterior. Já em fevereiro deste ano, este último indicador registou uma subida homóloga de 2,5%, mostrou o mesmo documento. Para Manuel Reis Campos, que preside esta associação e também a CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário – é claro que “a reabilitação urbana é uma das poucas oportunidades para do país para manter e criar emprego”, disse esta segunda feira durante a Semana da Reabilitação Urbana, acrescentando que espera que 2016 “seja, em definitivo, o ano da reabilitação urbana em Portugal”. 

As cidades de Lisboa e Porto são um bom exemplo da dinamização da reabilitação urbana na produção imobiliária. De acordo com a Confidencial Imobiliário, em análise aos dados de licenciamento da Câmara Municipal de Lisboa, em 2015, cerca de 90% dos projetos para os quais foram emitidos alvarás eram relativos a obras de reabilitação. Já no que concerne as intenções de investimento, dadas pelo número de fogos em licenciamento apurado a partir da emissão de pré- certificados energéticos emitidos pela ADENE, a reabilitação em Lisboa mais do pode duplicar, com os 863 fogos integrados em projetos de reabilitação a serem alvo de pré-certificação em 2015 a compara com os 390 registados em 2014. 

No Porto, a emissão de pré-certificados energéticos em fogos integrados em obras no edificado (reabilitação) também aumento 87% em 2015 face ao ano anterior, revela ainda a Confidencial Imobiliário. Quanto à Invicta, a Confidencial Imobiliário divulgou ainda recentemente dados concretos sobre a atividade de produção imobiliária para o Centro Histórico da cidade, onde a emissão de licenças ou comunicações prévias relativas projetos de reabilitação passou de 14 alvarás em 2012 para 74 em 2015.

Em 2015, do total de 11.484 edifícios concluídos em Portugal, 4050 resultaram de intervenções de reabilitação. Este tipo de obra tem atualmente um peso de 35,2% nos edifícios concluídos, de acordo com dados recentes do INE. Em 2005, essa relação era de 18,6% e em 2010 era de 23,8%, embora o universo total de edifícios concluídos a nível nacional fosse bastante mais vasto (respetivamente de 49.957 e de 28.790).

Fonte: Público Imobiliário

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