04 maio 2016

Escritórios também são setor promissor para a reabilitação no Porto


Além de estar focado no produto residencial ou turístico, a reabilitação de edifícios no Porto para uso de escritórios também pode começar a ser uma boa aposta. “O mercado residencial é dos mais apetecíveis para a reabilitação, mas os escritórios são um setor muito promissor na cidade do Porto”, diz Mariana Rosa, diretora de Office Agency e Corporate Solutions da consultora imobiliária JLL, frisando que “existe um volume substancial de edifícios com potencial para serem reabilitados” nesta cidade.


A oportunidade parece estar no facto de “existir muita procura e pouca oferta”, explica João Nuno Magalhães, diretor-geral da Predibisa, consultora imobiliária especializada no mercado do Norte, que refere que “a procura de espaços de escritórios no Porto tem crescido consideravelmente nos últimos dois anos”. Por isso, “os edifícios de escritórios mais recentes foram praticamente ocupados”, existindo “neste momento pouca área para a oferta”. “O que existe são edifícios muito antigos e devolutos, mas com grandes áreas”, remata o diretor-geral da Predibisa. Para Luís Brito e Faro, do projeto de coworking Center2Work, são estes edifícios já existentes, passíveis de serem renovados ou reconvertidos, que estão “em melhor situação para responder a esta nova dinâmica da procura”. 


Ainda assim, na opinião de Cristina Arouca, diretora de Research e Consultoria da consultora imobiliá- ria CBRE, a reabilitação na cidade continua “principalmente focada em produto residencial e turístico”, para os quais “o racional económico é mais interessante”, defende. E enquanto esses mercados mantiverem “esta forte dinâmica”, os promotores imobiliários devem manter-se focados neste segmentos, defende. 

Procura forte de imóveis para reabilitação
A reabilitação urbana, a par do turismo, “deram o pontapé de saída para a revitalização da cidade”, considera Mariana Rosa, e por isso não será de estranhar que o interesse por edifícios para reabilitar se tenha vindo a fortalecer. Nuno Marçal, Responsável de Vendas de Grandes Imóveis Norte da Direção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp, confirma esta tendência, afirmando que “a procura de imóveis para reabilitação tem sido muito forte”, incentivada pelas transformações de que a cidade tem vindo a ser alvo recentemente, como é o caso da oferta melhorada de lazer, turismo, habita- ção ou hotelaria. Para Nuno Marçal é claro que “nos últimos anos, o Porto se afi rmou com um destino turístico de eleição”, o que teve também impacto “na área de negócios, com o crescimento de empresas que se querem estabelecer no Porto”. 

Millennium bcp com produto para reabilitação
A “forte procura de prédios disponíveis” que possam ser reaproveitados para atividades hoteleiras ou residenciais bem como para escritórios, tem motivado a atenção do Millennium bcp para este mercado de reabilitação. No âmbito da sua carteira de desinvestimento imobiliário, o Banco tem atualmente em comercialização dois edifícios em zonas centrais do Porto, que Nuno Marçal considera serem boas oportunidades para “promotores ou investidores nacionais ou estrangeiros que vejam na reabilitação de edifícios para qualquer um dos usos – serviços, hotelaria ou habitação um potencial de rendimento interessante”. Trata-se dos edifícios Latino Coelho 142 e Santo António, dos quais Nuno Marçal destaca ainda a localização em zonas próximas de polos residenciais e turísticos como indicadora do “excelente potencial para a sua renovação para hotelaria ou habitação”, ressalvando que “qualquer reafectação dependerá da submissão à autorização camarária de alteração do uso”. 

Do edifício Latino Coelho, à venda por € 2,95 milhões e situado na rua com o mesmo nome (nº 142), Nuno Marçal destaca o facto de se localizar na zona do Bonfim, “a 10 minutos da Baixa, nas proximidades das principais artérias da cidade, com acessos aos principais eixos rodoviários nas imediações, e próximo de transportes públicos, zonas de escritórios, serviços e equipamentos escolares”. A sua localização e luminosidade – “com três frentes de luz” – proporcionam um “bom potencial” para hotelaria ou habitação, defende Nuno Marçal. No total, este imóvel tem 2.335 m2 de área bruta privativa acima do solo(com 5 pisos e r/c), além de 32 lugares de estacionamento em cave em 2 pisos. Com cerca de 25 anos, este imóvel é originalmente de serviços, possuindo áreas amplas em open space e todas as infraestruturas técnicas para o uso de escritórios, estando atualmente devoluto. 

Já na zona conhecida como “Foco”, próximo da Avenida da Boavista, o edifício Santo António, na rua Azevedo Coutinho nº 39, também é originalmente de serviços mas a sua reabilitação para hotelaria, habitação ou residências sénior seria, na opinião de Nuno Marçal, uma opção a ter em conta. Por um lado, está inserido “numa zona predominantemente habitacional com bastante oferta comercial”, além “de ter o Parque da Cidade próximo e a foz do Douro também a poucos minutos”. “Esta foi uma das melhores zonas residenciais do Porto até aos anos 90”, relembra Nuno Marçal. Além da sua localização, o edifício “possui luz direta em todo o seu redor”, com varandas e terraço no último piso. O prédio, que é constituído por r/c e sete andares acima do solo e possui ainda 58 lugares de estacionamento em cave, apresenta uma área bruta privativa de 7.028 m2. 

Fonte: Público Imobiliário

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