03 maio 2016

EUA: Habitação recupera mas devagar


Consultor americano diz que há recuperação em volume de transações, mas não em valor. A recuperação do mercado imobiliário americano no pós-crise do subprime é ainda lenta, mas os sinais são positivos. A venda de casas já está ao mesmo nível de 2007 - a rondar os 5 milhões ao ano - mas o drama que permanece a ensombrar seriamente este mercado é o baixo valor das habitações. Quem o afirma é o especialista em imobiliário Bill Soteroff, presidente da KW - Keller Williams Worldwide, urna das maiores cadeias americanas de consultoria imobiliária.


Para este profissional, que veio a Portugal para participar num encontro interno da rede de consultores imobiliários KW, "esta recessão é muito estranha, pois com taxas de juro tão atrativas, com o barril de petróleo a menos de 50 dólares, não se compreende como negati a confiança dos americanos fortes continua a níveis tão baixos. Dentro de alguns anos vamos ter economistas a estudar esta questão e a encontrar uma explicação para ela". 

Depois da bolha imobiliária que abalou o continente norte-americano, vários foram os estados que criaram programas de apoio aos milhares de proprietários que se viram a braços com hipotecas para pagar e cujas habitações, dadas como garantia, desvalorizaram abruptamente. Pouco resolveram, mas pior seria se nada fosse feito em relação a isso.

A crise imobiliária americana, conhecida como subprime, que estalou em 2007, levou à falência de grandes instituições financeiras, com reflexos muito negativos no mundo, atingindo fortemente a Europa e Portugal em particular, que viu completamente parado o sector de construção, tal como boa parte das transações imobiliárias. 

Bill Soteroff considera que esta tendência de recuperação no número de transações realizadas é para continuar, ainda que as eleições que se aproximam tragam alguma incerteza. "A tendência de crescimento é claramente para manter, uma vez que a população está a aumentar, que há jovens a sair de casa dos pais e a procurar a sua primeira habitação e que ainda há alguma imigração que compra casa. Além disso, há uma geração a rondar os 50/60 anos apostada em vender as suas habitações maiores e a comprar mais pequenas. É curioso observar que um americano compra, em média, sete casas durante toda a sua vida. Quanto à recuperação dos valores, isso ninguém consegue prever para quando acontecerá", refere o especialista. Contudo, e apesar desta recuperação, a venda de habitação nova, que representa perto de 20% do total das transações, está a cair pelo quarto mês consecutivo, atingindo em março último uma quebra de 1,5%.

700 consultores KW em Portugal

Apesar da crise dos últimos anos no mercado americano, a empresa, que tem a grande fatia do seu negócio nos Estados Unidos, não tem razões de queixa: desde 2009 que as comissões pagas aos seus agentes triplicaram para os €5,3 mil milhões. Em 2015, a companhia atingiu um ano recorde, ultrapassando os 133 mil consultores, apesar de ter registado uma quebra de 24% no volume de negócios, que caiu para os €200 mil milhões. A Keller Williams afirma-se como sendo líder mundial no franchising imobiliário pelo número de agentes e quer atingir este destaque também no mercado português. Aliás, registou em Portugal o crescimento mais rápido da história do grupo em número de agentes, crescendo cerca de 10 vezes o seu número de consultores que, em 18 meses de atividade, passou de 75 para 737. Este é, aliás, o país com maior número de consultores fora dos Estados Unidos, seguido da África do Sul com 665, Turquia com 448 e México com 419. A KW Portugal, que entrou no mercado nacional em finais de 2014 e já tem 13 escritórios, foi considerada como a melhor região fora do mercado norte-americano, em 2015, em função do crescimento do número de agentes, faturação (cerca de €350 milhões) e transações concretizadas (2.900). 

Eduardo Garcia e Costa e Nuno Ascenção, os dois sócios da empresa em Portugal, explicam que a rede KW já é a quarta no país pelo número de consultores e que ainda este ano deverão atingir a terceira posição. "A nossa ambição é atingir a liderança brevemente", refere Nuno Ascenção.

Fonte: Expresso

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