De acordo com inquérito RICS/Ci Portuguese Housing Market Survey (PHMS) de Abril de 2016, os resultados apontam para um maior reforço da atividade no mercado de compra e venda. Tal está a conduzir a uma aceleração do aumento dos preços das casas e a impulsionar a confiança para níveis mais elevados. No mercado de arrendamento, o desencontro entre a crescente procura por parte dos potenciais arrendatários e a decrescente oferta dos proprietários continuou a acentuar-se, resultando num aumento das expetativas relativas a rendas.
Para Ricardo Guimarães, Director da Ci, “O aumento na procura de habitação por parte das famílias está a ser impulsionado pelo crescimento do crédito. Os novos empréstimos atingiram 491 milhões de euros em Março, mais do que duplicando no espaço de um ano. Ao mesmo tempo os spreads estão a baixar e os Bancos estão a adotar uma postura comercial mais agressiva, factos que estão a ter claros efeitos nos preços e nas expectativas.”
Iniciando pelo mercado de compra e venda, a procura cresceu ao ritmo mais elevado dos últimos sete meses, com Lisboa a protagonizar, mais uma vez, a subida mais significativa. Entretanto, a colocação de imóveis em oferta aumentou pelo quarto mês consecutivo. Mesmo assim, a dinâmica da procura continuou a superar a da oferta (em termos saldos de repostas) em três dos últimos quatro relatórios. Ao mesmo tempo, o acréscimo das vendas acelerou ao longo de abril tendo cada região (Lisboa, Porto e Algarve) registado um sólido aumento nas transações. Olhando para o futuro, as perspetivas de curto prazo dos respondentes relativas a vendas estão cada vez mais otimistas, uma vez que as expetativas melhoraram significativamente ao longo do mês.
Com a aceleração da atividade, a subida dos preços das casas está a começar a recuperar o ritmo. De facto, o último saldo de respostas relativo a preços melhorou igualando o resultado mais elevado do indicador desde que o inquérito foi lançado em 2010 (o último máximo tinha sido atingido em Setembro de 2015). Olhando para o futuro, os respondentes antecipam agora um aumento dos preços das casas em torno dos 3% para os próximos 12 meses. Mais, esperam que o ritmo de crescimento acelere, atingindo uma média de 4% ao ano nos próximos 5 anos. O Algarve deverá protagonizar os ganhos de maior relevo, na ordem dos 4,5% ao ano, enquanto as perspetivas para o Porto são ligeiramente mais modestas, fixando-se nos 3,5%. O índice de confiança nacional (uma medida composta das expetativas de curto prazo relativas a preços e vendas) subiu de +26, em março, para +38. Esta foi a leitura mais elevada desde setembro do ano passado.
No setor de arrendamento, a procura por potenciais arrendatários cresceu ao ritmo mensal mais rápido desde Outubro de 2011, enquanto a oferta por parte dos proprietários continuou a cair significativamente. Como resultado, as rendas aumentaram pelo décimo primeiro mês consecutivo. Mais, as expetativas relativas a rendas reforçaram-se apontando para uma nova aceleração ao longo dos próximos três meses.
Segundo Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, “O crescimento marginal do PIB (0,1%) no 1º trimestre foi um pouco dececionante, dado o resultado muito mais sólido observado para a área do euro no seu conjunto. Contudo, apesar da aceleração da economia portuguesa se manter modesta, a confiança dos consumidores continua próxima dos máximos pós-crise. Isto, juntamente com a fraca política monetária, deve continuar a suportar a recuperação do mercado imobiliário.”
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