29 junho 2016

Venda de casas no Algarve volta a superar os €400 milhões no 1º trimestre


Nos primeiros três meses de 2016, a venda de casas no Algarve ascendeu a €415,7 milhões. Esta é a quarta vez desde 2010 que o volume trimestral de vendas na região supera os €400 milhões. Entre janeiro e março deste ano, foram vendidas 2.749 casas no Algarve, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes ao mercado habitacional.


Estas vendas totalizaram €415,7 milhões, confirmando a recuperação deste mercado regional, que nos dois trimestres anteriores tinha voltado a passar a barreira dos €400 milhões de transações de habitação pela primeira vez desde o 4º trimestre de 2010. O valor de vendas neste 1º trimestre do ano apresenta mesmo um aumento de 7,5% face aos €386,3 milhões de vendas habitacionais registadas no mesmo período de 2015, embora nessa altura tenham sido vendidas mais casas (2.930 unidades, ou seja, mais 6% do que no 1º trimestre de 2016), o que fará pressupor que no período analisado para 2016 tenham sido vendidas casas, em média, mais caras ou que os preços possam estar a recuperar. 


Esta última realidade, pelo menos, parece estar em marcha, com a Confidencial Imobiliário (Ci) a avançar ao Público Imobiliário que no 4º trimestre do ano passado, a generalidade dos concelhos do Algarve apresentou uma subida homóloga dos preços habitacionais até 5%, “verificando-se mesmo um número considerável de concelhos onde a recuperação se situou entre 5 e 10%”, refere a mesma fonte, adiantando ainda que nos concelhos de Silves, Faro e Olhão a subida foi até superior aos 10%. Com base na amostra de vendas realizadas pela pool de empresas que integra o Sistema de Informação Residencial (SIR) para esta região (que reportou 1.327 unidades vendidas em 2015), a Ci dá ainda conta de que os principais mercados da região em 2015 em termos de volume foram Albufeira, Loulé e Portimão, onde os preços das casas subiram, respetivamente, 8,3%, 5,5% e 5,0% no final de 2015 face ao mesmo período de 2014. A Ci sublinha ainda que o preço médio de venda nestes três concelhos em 2015 variou entre os €1.238/m2 e os €1.472/ m2, acima da média da região, que se fixou nos €1.218/m2. 

E as perspetivas para a continuidade de recuperação dos preços no mercado Algarvio parecem ser animadoras, de acordo com o último Portuguese Housing Market Survey (PHMS), inquérito mensal de produzido pela Ci e pelo Rics, que incide sobre o sentimento de mediadores e promotores de casas em Portugal. O inquérito de abril aponta o mercado algarvio como aquele em que os agentes de mercado esperam que que os preços mais subam nos próximos anos. Nos próximos 5 anos, os inquiridos do PHMS esperam que o preço das casas em Portugal (Continental) cresça, em média, 4% ao ano, sendo que “o Algarve deverá protagonizar os ganhos de maior relevo, na ordem dos 4,5% ao ano”, afirma-se no inquérito referente ao mês de abril. 

Sazonalidade menos acentuada

Do lado de quem tem produto imobiliário para venda, a recuperação também se tem vindo a notar, acompanhada de uma sazonalidade menos acentuada. “Sentimos o mercado ativo e com muita dinâmica no lado da compra, com especial enfoque nas zonas de Lagos, Portimão, Albufeira, Vilamoura e Quinta do Lago” comenta ao Público Imobiliário, Ramiro Gomes, Responsável Vendas – Grandes Imóveis Sul da Direção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp, Banco que detém vários imóveis nesta região no âmbito da sua carteira de desinvestimento imobiliário. Além disso, também já se “sente menor efeito da sazonalidade nesta zona”, acrescenta Carlos Nunes, que integra igualmente a Direção de Negócio Imobiliário do Banco, sendo Responsável Vendas – Retalho Sul. Esta é uma realidade que, de acordo com Carlos Nunes, já se sente “desde há algum tempo a esta parte”, confirmando que “vendemos bem ao longo de todo o ano”. Ainda assim, “obviamente que há períodos em que o mercado mexe mais”, como são os casos da Páscoa ou do período do verão, “fruto do aumento expressivo da população residente na região”. 

Carlos Nunes detalha ainda que a procura também se tem feito sentir de forma mais animada no segmento de imobiliário não residencial, onde “o Algarve nos tem surpreendido pela procura crescente de espaços de comércio e serviços”, sendo a motivação da compra “a colocação dos imóveis no mercado de arrendamento, onde as yields podem ser muito interessantes”. 

Na habitação, segmento predominante na carteira do Banco nesta região, “a venda é concretizada essencialmente com não residentes, surgindo os estrangeiros em primeira linha, mas também com os nacionais de outras zonas do país e os emigrantes portugueses”, com a compra de 2ª habitação a liderar as motivações, diz Ramiro Gomes, evidenciando, no caso dos compradores internacionais, os franceses, britânicos e nórdicos. Quanto ao perfil destes compradores, as diferenças também são visíveis. “Por exemplo, os franceses procuram basicamente apartamentos ou moradias de valores próximos dos €300.000 e em zonas mais recatadas. Os nórdicos procuram imóveis com boa exposição solar e os emigrantes pretendem apartamentos preferencialmente em zonas muito movimentadas”, diz Ramiro Gomes, que explica que, no caso dos britânicos, “a procura revela-se mais heterogénea, dependendo da sua origem, região ou classe social”. O Millennium bcp dispõe de uma carteira de imóveis “bastante abrangente “ no Algarve, nas palavras de Carlos Nunes, que dá conta de que falamos desde “apartamentos no centro de cidade, a vários apartamentos integrados em condomínio fechado ou frações integradas em empreendimentos de exploração turística”, bem como moradias “com excelente enquadramento paisagístico”, termina.

Fonte: Público Imobiliário

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