15 julho 2016

Banca está mais flexível no montante de crédito à habitação concedido


Alguns bancos já emprestam 85% do valor do imóvel. Há poucas semanas o Barclays, no Reino Unido, anunciou um produto de crédito à habitação que prescinde de entrada inicial. Ou seja, a concessão de financiamento à habitação a 100%, como acontecia antes da crise de 2008. Apesar de o banco impor uma condição – alguém (um familiar, por exemplo) tem de fazer um depósito na mesma instituição bancária no valor de 10% do empréstimo, sendo que esse depósito, que é remunerado com juros, não pode ser mobilizado durante os primeiros três anos –, a questão que se coloca é se a banca europeia vai seguir este exemplo, se voltamos ao período antes da crise, em que se concedia 100%, ou mais, do valor do imóvel.


Em relação a Portugal, a prudência continua a ser a regra e os profissionais não acreditam que esta realidade venha a acontecer em breve. Ou seja, neste momento, a maioria dos bancos emprestam até 80% do valor da garantia. Contudo, nota-se, segundo os mesmos profissionais, uma tendência para exigir aos clientes cada vez menos de entrada inicial. Um dos casos é do banco Santander Totta. “O Banco Santander Totta pratica relações financiamento/garantia ajustadas com o mercado, tendo a percentagem máxima sido alargada em Janeiro de 2016”, destaca o departamento de comunicação. 

Assim, segundo o site do banco: “financiamento até 85% (1) do valor de avaliação da sua nova casa, aquisição ou construção (1ª habitação) ou da sua casa de férias (2ª habitação) (2)”. Em relação aos asteriscos, diz: (1) nos créditos com carência de capital, ou valor residual, o montante máximo de financiamento é de 80% do valor de avaliação, aplicável a créditos novos e transferências. (2) Caso o montante de financiamento de 2ª habitação exceda 70% do valor de avaliação, será necessário constituir hipoteca adicional da 1ª habitação para aceder ao montante máximo previsto. 

Recorde-se que o banco Santander Totta reduziu, no início de junho, novamente o spread de crédito à habitação, disponibilizando spreads a partir de 1,15%. Estes spreads são válidos tanto para novas operações como para transferências de outros bancos. ”O Banco Santander Totta opta por ser claro na sua oferta comercial, distinguindo claramente as condições de um crédito à habitação de um cliente mass market de um cliente Select. Com esta estratégia de pricing, o Santander Totta quer continuar a posicionar-se como um dos grandes players desta tipologia de crédito, tal como acontece no crédito a empresas e no crédito ao consumo”, destaca a mesma fonte. 

Na resposta à questão sobre a redução da percentagem de financiamento/garantia no crédito à habitação, o banco Millennium bcp responde que “continua a sua política de rigor na análise de risco das operações de crédito e não se perspetivam alterações ao nível da relação financiamento-garantia”. 

O Crédito Agrícola alerta que “a percentagem de financiamento/garantia foi reduzida em toda a banca e era inevitável após a queda do mercado imobiliário. Não estão previstas atualmente reduções desse valor”. Assim, “o Crédito Agrícola recomenda que o rácio financiamento/ garantia seja no máximo de 80%. Se ultrapassar este valor, fazemos uma análise casuística da situação e de acordo com essa análise é atribuído um spread”. Alerta “que o crédito à habitação continua a ser um produto fundamental para a captação de no- vos clientes, principalmente nos segmentos mais jovens, pelo que o Crédito Agrícola continua a dinamizar esta oferta, sendo a mesma uma das mais atrativas do mercado em termos de taxas de juro e comissões aplicadas”.

Também o banco Bankinter considera “que a política de crédito em vigor se encontra atualizada. No entanto, a atualidade das suas regras é permanentemente acompanhada de modo a garantir que se mantêm adequadas face às condições de mercado, face ao perfil da sua carteira e atendendo ao nível de competitividade que asseguram”, adverte fonte do banco. Acrescenta que “o Bankinter reduziu os spreads no crédito habitação, apresentando agora um spread mínimo de 1,25%. Esta oferta posiciona o Bankinter como banco com um dos spreads mínimos mais baixos do mercado nacional de crédito à habitação”, destaca a mesma fonte.

Fonte: Vida Económica

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