05 julho 2016

Edge Group vende imóveis por 50 milhões


Em menos de um ano, o The Edge Group (TEG) de Pinto Basto e Miguel Pais do Amaral, comprou e vendeu os dois imóveis de generosas dimensões que possui na zona de Santos - o Edifício 24 de Julho, situado na esquina que conflui com as escadinhas da discoteca Plateau e o edifício D. Luís, que foi adquirido ao Millennium BCP. A compra foi feita pela Rockspring, sociedade gestora de fundos imobiliários baseada em Londres e há muito conhecedora do mercado português onde chegou a deter 50% do CascaiShopping (vendido entretanto à Sonae Sierra e considerado o maior negócio do ano em 2013).


José Luís Pinto Basto, CEO do Edge Group, confirmou a aquisição por €50 milhões num modelo que pressupõe uma "parceria para o desenvolvimento": "O mercado português está, de facto, favorável, à entrada de capital estrangeiro e tivemos propostas de diversos fundos, entre espanhóis, alemães e ingleses. Mas alguns queriam entrar só no final da obra, adquirindo os edifícios já concluídos. Acabámos por optar pela proposta da Rockspring que apresentou o modelo mais interessante e que nos permite alavancar capital e planear outros investimentos". Ou seja, o fundo imobiliário entra já como parceiro, financiando parte do custo da obra, comprometendo-se a adquirir os dois imóveis no final da obra.

O Edifício 24 de Julho, recorde-se, foi adquirido em julho do ano passado à Parvalorem (empresa pública criada para recuperar créditos antigos do falido BPN) e três meses volvidos foi a vez do edifício D. Luís (assim batizado pelo TEG) ao Millennium BCP que ali teve a funcionar durante anos os seus serviços de hackoffice. O primeiro tem implícito um custo total de projeto (aquisição e obra) na ordem dos €20 milhões, enquanto que o segundo terá custado ao TEG €16 milhões, com uma requalificação estimada em cerca de €4 milhões. 

Com as obras do D. Luís a terminar já em setembro, o edifício D. Luís tem, já 75% dos seus 10.000 m2 comprometidos, "sendo que até ao final do ano estará 100% ocupado", afiança o administrador do Edge Group. O edifício localizado na rua do Instituto Industrial esteve fechado por pouco mais de três meses, quando os colaboradores do Millennium foram transferidos para as instalações do banco no Tagus Park. 

Já o imóvel da 24 de Julho, um antigo silo automóvel que esteve encerrado por mais de duas décadas, aguarda "apenas o OK final para que se possa levantar a licença de construção, algo que deverá acontecer ainda este mês, permitindo que a reabilitação do edifício esteja concluída em fevereiro ou março de 2017", segundo Pinto Basto. E apesar de a obra ainda nem sequer ter arrancado, a totalidade do espaço - 10 mil metros quadrados - já está assegurada por unia multinacional de publicidade que o Expresso apurou ser o grupo britânico WPP.

'Brexit' não trava negócio 

A aquisição dos dois edifícios vai ficar por um valor pouco acima dos €50 milhões, mais precisamente em €53 milhões, sendo €25 milhões referentes ao Edifício 24 de Julho e 28 rnilhões: para o edifício D. Luís. 

A vitória do Brexit surpreendeu os gestores da Rockspring, sociedade gestora baseada em Londres, mas parece ser uma não questão quando se fala de investimento ímobiliário em Portugal. Sublinha Pinto Basto que o fundo gerido pela Rockspring "não está em libras mas sim em euros pois o dinheiro vem do Luxemburgo", por isso não afetou o negócio. E que na realidade o 'Brexit' até "pode potenciar mais investimentos por parte dos ingleses que querem proteger os seus investimentos em euros e não em libras." 

Entretanto, com esta parceria já fechada, o TEG tem já mais "duas ou três propostas de aquisição de imóveis" na mesma zona e aguardam neste momento resposta. "É uma zona de grande potencial e estivemos entre os primeiros a investir aqui, mas a verdade é que hoje em dia já não é tão fácil arranjar ativos interessantes pois tornou-se uma zona 'quente' com os preços a subirem muito nos últimos tempos". Assumindo-se como um "grupo transformador que cria valor em ativos desvalorizados", o TEG vai continuar a apostar em edifícios para escritórios e retalho. "Neste momento existe uma pressão grande no mercado residencial/turístico e acreditamos, aliás, que a curto prazo haverá um excesso de oferta neste segmento. É um mercado que não nos interessa pois não queremos fazer o mesmo que toda a gente pois somos profissionais de longo termo. Mas a verdade é que apesar de estarmos a competir para outros usos, sentimos essa pressão nos preços", remata ainda Pinto Basto.

Fonte: Expresso

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