09 julho 2016

Mercado imobiliário de luxo e investimento está em crescimento


O segmento dos imóveis rurais exclusivos, urbanos, de luxo e investimento não sofreu a retração que afetou outros espetros do mercado imobiliário. Neste momento, a tendência é mesmo de crescimento da procura deste tipo de propriedades. Neste contexto, a PortugalRur, a operar em Lisboa, optou por alargar a sua atividade ao Porto, onde está a avançar com investimentos importantes. Tem-se assistido a uma intensificação da procura de propriedades no Douro vinhateiro e no Grande Porto, adianta o administrador da PortugalRur, Francisco Grácio.

Qual a atual situação do mercado em que opera a vossa empresa?
Depois de alguns anos de contenção e maior racionalização de investimento, assistimos agora a um crescimento da procura do tipo de imóveis que constitui, maioritariamente, o nosso portefólio, rurais ou urbanos. É esse crescimento que nos faz investir no Porto, onde estamos a aumentar a oferta de imóveis, a avaliar parcerias e a recrutar consultores com experiência no segmento em que atuamos. Basta andar por cidades como o Porto ou Lisboa e ver o número de imóveis reabilitados ou em reabilitação, o número crescente de hotéis, turismos rurais e de habitação que abrem por todo o país. Diria mesmo que um dos maiores desafios que temos é conseguir angariar novos espaços para suprir a procura, particularmente ao longo do rio Douro e Porto.

Quais os principais problemas com que defrontam?
Os fatores mais desafiadores são exógenos e conjunturais. Poderemos destacar a necessária consolidação da confiança e da conjuntura económica, que ainda não são suficientemente sólidas. A incerteza faz com que o mercado racionalize muito bem o processo de compra, seja uma segunda habitação ou um imóvel de investimento. Mas penso que estamos no bom caminho, sobretudo pela procura crescente por parte de estrangeiros. Seja como for, este é um segmento completamente diverso dos não premium e que não está tão exposto a fatores como, por exemplo, a disponibilidade da banca. Ainda que tenhamos uma maioria de clientes nacionais, a procura de imóveis por estrangeiros está a crescer e cada mercado tem as suas preferências na tipologia dos imóveis que procura. Os mercados francês, belga e holandês procuram sobretudo casas rurais e quintas, enquanto as preferências dos mercados chinês, angolano ou russo são completamente diferentes. Isto faz com que, no subsetor em que nos especializámos, a procura seja muito diversa, o que proporciona uma grande e rápida rotação de imóveis.

Qual a vossa estratégia de mercado?
Desde a fundação da empresa, há cerca de 16 anos, que mantemos a nossa estratégia muito clara de especialização em imóveis rurais premium. Com o decorrer do tempo, fomos também sentindo interesse dos nossos clientes no imobiliário de luxo e de investimento, em que já nos afirmámos. Tem-se revelado uma estratégia ganhadora, sendo que detemos cerca de dois mil imóveis em carteira, espalhados por todo o país. Somos uma empresa familiar que mantém um crescimento contínuo e acentuado. Quero ainda relevar o elevado número de clientes fidelizados. Em todos estes anos no setor, já vi aparecerem e desaparecerem imensas empresas e marcas nacionais e internacionais. Como em tudo, o bom senso, a ética, o profissionalismo e a competência, avaliados pelos clientes, são o principal meio regulador do mercado. 

Como define os preços que estão a ser feitos no setor imobiliário nacional?
Os preços são ditados pelo mercado. Considero que estão a níveis aceitáveis e mesmo a proporcionar oportunidades de investimento muito interessantes. Se tivermos como referência números conhecidos, que dizem que, em Portugal, no ano passado, aumentam 25% e que há locais onde os preços são atualizados em 2,5% ao ano, é um claro sinal de que estamos a crescer e que os preços ainda não atingiram a maturidade. Na região do Porto, onde estamos a apostar, há zonas como a Baixa, Aldoar, Foz ou Nevogilde que estão com grande procura e valorização, assim como Chiado, Parque das Nações, Xabregas ou Lapa, em Lisboa. Ainda relativamente ao Porto, responder à procura, sobretudo por parte de estrangeiros, apostar na proximidade e no nível de serviço ao cliente, bem como reforçar o posicionamento da marca na comercialização de imóveis de gama alta e de investimento, são as razões que nos levam a investir nesta região.

Fonte: Vida Economica

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