Portugueses da classe média são os principais compradores. A rede Century 21 Portugal concretizou nos primeiros seis meses deste ano 3.561 transações de venda de casas, uma média de 20 por dia, o equivalente a um volume de negócios de €263,8 milhões (mais 38% que o alcançado no período homólogo do ano passado).
Os resultados divulgados no final de julho atestam bem o regresso em força do crédito à habitação, como realça Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal: "A atual procura é assegurada pelas famílias portuguesas da classe média que adquirem imóveis com preços mais elevados, sobretudo nas tipologias T2 e T3, optando pela aquisição das casas mais adequadas para as suas necessidades de habitação". Segundo o responsável, "é nas zonas periféricas das cidades que se está a registar urna maior dinâmica de transações imobiliárias. São zonas onde o acesso ao credito à habitação tem uma maior influência no número de transações e são os mercados onde o valor médio dos imóveis está mais ajustado ao rendimento disponível das famílias portuguesas".
Um acesso ao crédito que tem vindo a subir exponencialmente. Dados do Banco de Portugal divulgados recentemente mostram que nos primeiros cinco meses deste ano a banca concedeu €2.112 milhões de empréstimos para compra de habitação. Ou seja, uma média de €422 milhões por mês, o que representou um crescimento de quase 64% face ao período homólogo do ano passado.
Preços a norte sobem 35%
A Century 21 fez também as contas aos preços médios dos imóveis vendidos em várias regiões do país e concluiu que a nível nacional o valor situou-se em €133 mil por habitação. Na análise por regiões, Lisboa surge à cabeça com o valor mais elevado - €188.010, seguido 413 linha Sintra-Cascais onde a média é de €159 mil, do Algarve com €135 mil e do Norte com €128 mil. Nos Açores ou na Madeira o preço médio é de €123.600, na margem Sul €108.100 e na região Centro pouco mais de €100 mil.
Praticamente todas as regiões viram os preços médios subir quando comparados com o período homólogo de 2015 mas o Norte, muito à conta do Porto, destacou-se significativamente com um acréscimo de 35%. Lisboa ficou-se por um aumento de 13% (€165.900, em 2015). Só a região Centro desceu: no primeiro semestre de 2015 os valores situaram-se em €107 mil.
Às famílias da classe média que representam atualmente a maior fatia das compras residenciais e que estão a adquirir casa nas zonas periféricas, junta-se um outro perfil de comprador: "O cosmopolita, de origem nacional ou internacional, com elevado poder de compra." Na sua análise semestral do sector, a Century realça que "esta tipologia de consumidor valoriza critérios como o tipo de bairro, o contexto social e urbano da zona, condomínios com piscina e o fácil acesso a outras infraestruturas de desporto e lazer".
Para Ricardo Sousa, "os centros das cidades não estão a sofrer um processo de despovoamento. O que se verifica é uma mudança do perfil de consumidor de imóveis nestas zonas, com características mais cosmopolitas e com maior poder de compra".
Operações no segmento de arrendamento diminuiem
No segmento de arrendamento, a rede nacional da Century 21 Portugal realizou 1.288 transações, o que indica uma diminuição de 8% face às 1.396 registadas no período homólogo, do ano passado. O número de operações de arrendamento registou descida em quase todas as zonas de operação da Century 21 Portugal, com exceção para as áreas de Lisboa onde cresceu 2%, o centro do País que aumentou o número de transações de arrendamento em 32%, e as ilhas que registaram um aumento de 67%. Esta tendência decrescente do número de operações de arrendamento, a nível nacional, continua a verificar-se, desde o terceiro trimestre de 2014.
Contudo, o valor médio do arrendamento de imóveis registou uma significativa subida de 20%, a nível nacional, fixando-se nos 571 euros, no primeiro semestre deste ano, face ao valor médio de 476 euros verificado entre janeiro e junho de 2015. A atual oferta do mercado de arrendamento não é suficiente, nem adequada, para dar resposta aos níveis de procura dos consumidores portugueses, o que provoca um aumento sistémico do valor médio do arrendamento.
Segmento internacional em crescendo
As transações internacionais registaram uma evolução positiva da ordem dos 15%. Entre janeiro e junho de 2016, a rede imobiliária efetuou 698 transações internacionais, face às 607 registadas nos primeiros seis meses de 2015. Os mercados internacionais com posição mais relevante na aquisição de imóveis na rede Century 21 Portugal foram a França, Brasil, Reino Unido, Bélgica, China e Rússia.
O impacto no negócio, do segmento internacional, nas vendas situou-se nos 19,6%, o que reflete um ligeiro ajuste face aos 21% verificados no primeiro semestre de 2015. Estes indicadores confirmam que são agora as famílias portuguesas de classe média, e média baixa, que estão a dinamizar o mercado de venda de imóveis.
Fonte: Expresso/OJE
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