04 agosto 2016

Há mais famílias a liquidar créditos à habitação


Mais dinheiro na conta mas sem soluções de poupança atrativas estão a levar à amortização dos créditos. Há muitas amortizações antecipadas parciais, mas a maioria são totais. Deixam de ter crédito.



Com as taxas de juro em "terreno" negativo, a prestação dos créditos à habitação afundou para mínimos históricos. As famílias passaram a ficar com mais dinheiro na conta, uma poupança que tem encontrado poucas soluções alternativas de rendimento. Por isso, muitas aproveitaram para amortizar antecipadamente os empréstimos. E, em muitos casos, acabaram por liquidar os créditos.

"Em 2015 foram realizados 83.206 reembolsos antecipados [de crédito à habitação e créditos conexos]". "Face a 2014, destaca-se o aumento do número de reembolsos antecipados (mais 8,5%) e o aumento significativo do montante reembolsado (mais 36,1%)", diz o Banco de Portugal. Só de reembolsos antecipados na habitação foram feitos 66.409. 

Houve 27.836 reembolsos antecipados parciais, sendo que para esta evolução contribuiu o crescimento nos totais. "Nos contratos de crédito à habitação, foram realizados 38.573 reembolsos antecipados totais", remata. Ou seja, 58% das famílias que o fizeram deixaram de ter qualquer responsabilidade junto do banco, o que contribuiu para que o número total de créditos vivos caísse de 1,6 para 1,5 milhões no final de 2015. 

Amortizar 50 mil
Enquanto quem avançou com amortizações parciais do crédito da casa desembolsou, em média, 12.140 euros, mais 10,9% do que no mesmo período do ano anterior, quem liquidou a totalidade do empréstimo recorreu a poupanças de valor bem mais elevado. O Banco de Portugal diz que nos reembolsos antecipados totais o montante médio liquidado foi de 48.765 euros, ou seja, quase 50 mil. "Os montantes médios reembolsados registaram um aumento de 20,8% no caso dos reembolsos totais", nota.

Fonte: Negócios

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