26 setembro 2016

Mercado de investimento imobiliário comercial mantém grande atratividade em Portugal


O mercado de investimento imobiliário comercial em Portugal mantém a sua atratividade junto dos principais investidores estrangeiros. Até à data foram transacionados no nosso país mais de 950 milhões de euros em ativos imobiliários, valor ligeiramente inferior a igual período do ano anterior, mas que representa praticamente o triplo do volume médio investido nos últimos dez anos.


O aumento muito considerável da negociação de portfólios conduziu a um valor médio por operação muito superior ao habitual, 38 milhões de euros. De entre os 25 negócios fechados nos primeiros 8 meses do ano, 9 referem-se a portfólios de ativos. 

De entre os transacionados em 2016, a Cushman & Wakefield destaca que o maior portfólio de escritórios de sempre transacionado em Portugal, foi a aquisição do Campus da Justiça por um investidor estrangeiro. No setor de retalho, os centros comerciais AlgarveShopping e Estação Viana, alienados pelo Sierra Fund à CBRE GIP, e o portfólio de hipermercados Continente, vendido pela Sonae Retail Properties aos britânicos da M&G, foram os mais relevantes.

Ao contrário da tendência habitual, em que o setor de retalho tem concentrado o maior volume, o segmento de escritórios foi o que maior captação de investimento atingiu, com 46% do total investido, cerca de 440 milhões de euros. O mercado de retalho, no entanto, concentrou também um volume muito significativo de capital, 43% do total, mais de 400 milhões de euros. 

A presença muito representativa de capitais estrangeiros que já se vinha a sentir desde 2014, manteve-se em 2016 com uma parcela de 94% do total investido, muito superior à média da última década que se situa nos 44%.Os investidores provenientes do Reino Unido e França foram os que mais apostaram no imobiliário português, com pesos equivalentes na ordem dos 27%, tendo os franceses atingindo um máximo histórico. Seguiram-se os norte americanos, que reduziram a sua parcela de 41% em 2015 para 21% do volume, e os espanhóis, com 12% do total investido. 

A evolução das yields de mercado seguiu a tendência que se vem a sentir desde a saída da crise, ainda que com menor intensidade neste primeiro semestre. Excetuando os centros comerciais e os retail parks, todos os outros sectores atingiram já, ou ultrapassaram, as yields registadas no último pico de mercado, em 2007. Atualmente as yields prime em Portugal encontram-se nos 5,50% para centros comerciais, 5,25% para escritórios e 5% para comércio de rua. 

O último trimestre do ano perspetiva-se extremamente dinâmico para o mercado de investimento. As nossas estimativas apontam para um valor de fecho em 2016 equivalente, ou mesmo superior, ao de 2015, sendo muito provável que a barreira psicológica dos dois mil milhões de euros seja ultrapassada. Os principais riscos que a atividade de investimento enfrenta em Portugal prendem-se com a estabilidade dos mercados financeiros internacionais - na qual os efeitos pós-Brexit poderão ter um papel preponderante - mas também com questões de estabilidade interna, nomeadamente no que ao enquadramento fiscal do imobiliário se refere.

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