27 outubro 2016

Escassez de oferta está a levar a uma maior aceleração do aumento dos preços


Os resultados do RICS/Ci PHMS de Setembro de 2016 apontam para uma maior aceleração do aumento dos preços das casas ao longo do mês, impulsionada por um desfasamento cada vez maior entre a crescente procura por parte dos compradores e a redução da oferta para venda. Da mesma forma, a escassez de oferta no mercado de arrendamento continua a pressionar a subida das rendas.


No mercado de compra e venda, as novas instruções de compra cresceram a um ritmo sólido. Os mediadores imobiliários, em particular, observaram uma forte recuperação, enquanto para os promotores o aumento se apresentou mais contido. De facto, os mediadores reportaram em Setembro o mais rápido acréscimo mensal da procura dos últimos 2 anos. Entretanto, o fluxo de novas colocações para venda caiu visivelmente em Setembro apresentando-se transversal a todas as regiões cobertas pelo inquérito (Lisboa, Porto e Algarve). A par disto, verificou-se uma forte subida das vendas, com 25% dos respondentes a reportarem um aumento das transações. Olhando para o futuro, espera-se que as vendas continuem a aumentar ao longo dos próximos meses.

Segundo Ricardo Guimarães, Director da Ci, “Era inevitável que os novos impostos sobre os imóveis se incluíssem entre as preocupações dos agentes, sobretudo devido ao impacto sobre, quer as expetativas, quer a confiança dos investidores. Contudo, o sentimento global do mercado mantém-se positivo, beneficiando do crescimento consistente do crédito hipotecário. Tal está a impulsionar a procura, sentindo-se cada vez mais, em alguns setores, a falta de stock para venda.” 

O crescente desfasamento entre a oferta e a procura está a conduzir a uma aceleração do aumento dos preços das casas. De facto, o acréscimo dos preços das casas tem-se intensificado ao longo dos últimos 7 relatórios, tendo o mais recente aumento figurado como o mais elevado desde o início do inquérito em 2010. Durante o próximo ano, as expetativas dos respondentes continuam a apontar Lisboa como a região que apresentará uma maior subida dos preços. Para os próximos 5 anos, os inquiridos antecipam que o aumento dos preços das casas irá acelerar em todas as três regiões, devendo ultrapassar os 4% ao ano em cada uma delas. 

O índice de confiança nacional (medida composta das expetativas de curto prazo relativas a preços e vendas) recuperou algum do terreno perdido ao longo dos últimos meses, subindo de +24 para +30. Dito isto, o indicador permanece ainda um pouco distante da leitura de +42 alcançada em maio deste ano. 

No mercado de arrendamento, a oferta por parte dos proprietários continua a diminuir, atingindo as quebras mais acentuadas desde meados de 2013. A par disto, a procura por parte dos arrendatários permanece em firme crescimento, subindo novamente a um ritmo excecionalmente forte em setembro. Consequentemente, as rendas continuam a ser pressionadas para a subida, com 43% dos respondentes a indicar um aumento no último relatório.

Na opinião de Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, “Os gastos dos consumidores parecem ter-se reforçado recentemente, evidenciados em gastos realizados no setor do retalho. A confiança para a realização de compras mais avultadas continua a subir, indo de encontro à forte procura pela compra de casa reportada neste inquérito. Para que essa confiança permaneça será, contudo, necessário o suporte de novas melhorias no mercado de trabalho.”

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