05 novembro 2016

Avenida dos Aliados atrai marcas de luxo e investimento dispara


Marcas conceituadas de comércio de luxo, novas unidades hoteleiras de cinco estrelas e habitação vão ocupar vários dos edifícios que até há poucos anos estavam ocupados pelas instituições financeiras. A Avenida dos Aliados espelhou durante décadas a situação de abandono que vivia a Baixa do Porto.


A primeira intervenção – com grande polémica à mistura - foi no espaço público, contudo marcou o início de um processo de renovação urbana e de reabilitação dos emblemáticos edifícios que vão transformá-la numa das avenidas mais chiques e comparável às avenidas das vizinhas cidades europeias. Depois da abertura do hotel Intercontinental, que deu o primeiro passo no investimento hoteleiro de cinco estrelas na Baixa do Porto, neste momento são vários os edifícios que estão a iniciar obras de reabilitação, mais ou menos profundas, mas que vão permitir albergar espaços comerciais de luxo, como é o caso das lojas de Louis Vuitton e Christian Dior, no edifício da antiga sede do Banif e até alguns anos atrás, ocupado pelo Jornal O Comércio do Porto. 


Embora a habitação e o comércio possam vir a ter um peso significativo nos novos investimentos nos Aliados, neste momento, é a hotelaria que está a dar cartas. É o caso do edifício Monumental, onde o empresário Mário Ferreira, da Douro Azul, está a construir um hotel de charme, com 78 quartos, um restaurante, café e loja, num investimento de 12 milhões de euros. Contudo, também a habitação tem o seu espaço neste empreendimento, já que nas traseiras vão ser construídos 20 apartamentos T1 e T2, para arrendar ou vender.

Junto ao edifício Monumental irá iniciar-se em breve as obras no edifício AXA, comprado pelo grupo Gaspar Ferreira, e que será transformado numa unidade hoteleira de cinco estrelas da cadeia Eurostars. Com 144 quartos e três lojas, a nova unidade estará em funcionamento dentro de dois anos. 

Contudo, nas zonas próximas da Avenida dos Aliados, estão a desenvolver-se outros projetos que vão marcar a Baixa do Porto. É o caso da transformação da Brasileira num hotel de cinco estrelas, do grupo Pestana, e, mesmo ao lado, o Hotel Bonjardim, uma unidade de quatro estrelas, da cadeia EXE – a primeira no Porto - cujo investimento na aquisição e transformação do prédio está a cargo do grupo de Gaspar Ferreira. 

Do outro lado da avenida, na rua do Avis, será visível a transformação do prestigiado Hotel Infante Sagres, comprado recentemente pela holding Fladgate Partnership, que detém as caves Taylor’s e o hotel The Yeatman, em Gaia. 

Na componente comercial destacam-se as marcas internacionais de restauração, como é o caso do Hard Rock Café, instalado no cruzamento da Rua do Almada, como a Rua da Fábrica, junto ao Banco de Portugal. E a Starbucks que se prevê venha a abrir na estação de São Bento. Onde, aliás, se discute a instalação de vários espaços comerciais e de um hostel. 

Outros projetos de reabilitação poderão em breve aparecer na Avenida dos Aliados. É o caso das instalações do Novo Banco, em fase de venda. Neste momento o processo de venda encontra-se já numa segunda fase, depois de um conjunto de potenciais interessados terem apresentado propostas para a aquisição do edifício. São quatro mil euros de área bruta e os valores de venda andam entre os dois e os 2,5 mil euros o m2. 

Neste momento também a Caixa Geral de Depósitos e o Montepio procuram solução para alguns dos edifícios de que são proprietários nesta avenida. 

Preços médios são cerca de metade de Lisboa 

Embora, em certas zonas da Baixa, os preços de aquisição por m2 de imóveis para reabilitação no Porto tenham disparado nos últimos quatro anos – dos mil e poucos euros para os 2,5 mil euros a três mil euros, atualmente – continuam a ser cerca de metade em relação aos valores praticados na cidade de Lisboa. Na capital é frequente encontrar prédios para reabilitar a custar cinco a seis mil euros o m2. Não admira, pois, que o preço final da habitação seja em certas zonas superior aos 10 mil euros o m2. 

Este facto leva a que o preço da habitação final em Lisboa tenha disparado, enquanto na cidade do Porto mantém-se por valores mais em conta, permitindo que famílias com algum poder económico possam comprar nas novas zonas da Baixa do Porto e a preços competitivos. 

Na opinião de Rui Ávila, administrador do grupo Ferreira, “em Lisboa os prédios estão com preços de entrada muito altos e as margens de promoção já são apertadas. No Porto os preços de venda das unidades reabilitadas, ainda deverão subir, mas até lá as margens de promoção também não são altas”. O fator positivo, acrescenta, “é que em ambos os casos existe muita procura e para diferentes tipos de imobiliário – hotelaria, residenciais e serviços – o que é relativamente novo entre nós”.

Fonte: VE

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