10 novembro 2016

Habitação. Crédito a taxas fixas dispara. Juros encolhem


Em cada 100 euros de crédito à habitação, 30 são concedidos a taxa fixa. Este regime de financiamento tem conquistado espaço nos últimos meses, à boleia dos valores negativos da Euribor. Com as Euribor em valores negativos há mais de um ano, os bancos nacionais aumentaram a sua oferta de taxas fixas. Até porque não existe nenhuma legislação que regule a determinação destas taxas, o que lhes permite fixar os juros de forma administrativa. As taxas aplicadas desceram, em média, 12% no último ano. E levaram as novas operações a disparar. Cresceram seis vezes face ao ano passado.


Se até 2015 o crédito a taxas fixas tinha um peso residual nas novas operações de financiamento para a compra de casa, o mesmo não se pode dizer actualmente. Desde o início do ano foram concedidos 1.355 milhões de euros em crédito com juros sem alterações, de acordo com os dados do Banco de Portugal. Um valor que representa 32,5% do montante total de novo crédito à habitação. Só em Setembro foram 208 milhões de euros, perto dos 264 milhões de euros financiados em Junho e que representaram o valor mais elevado desde que o Banco de Portugal começou a recolher estes dados, em 2003.

A contribuir para este forte crescimento do crédito a taxa fixa tem estado a maior oferta das instituições financeiras. Do conjunto dos onze principais bancos a operar no mercado nacional, apenas dois (BIC e Popular) não têm soluções de juros sem alterações. Já o Deutsche Bank passou, em Maio, ater apenas taxa fixa no crédito à habitação.

Mas têm sido diversas as movimentações nas ofertas dos bancos, ao longo do último ano. Por um lado, têm sido alterados os prazos. Em Novembro do ano passado, a CGD fixava a taxa até um máximo de 20 anos. Agora já é possível fazê-lo até 25 anos.

Quanto à taxa de juro, apenas o Santander Totta e o Bankinter utilizam as taxas de mercado ("swap"). Os restantes fixam os juros administrativamente, pois não há nenhuma lei que regule estes financiamentos. E, no geral, têm diminuído a taxa. Num conjunto de quatro bancos, aqueles que revelam nos preçários como é que a taxa é composta, avançam com uma redução média de 1,2% no último ano. A este juro é depois somado o "spread”, o mesmo que é aplicado nas respectivas soluções de taxa variável. Ou seja, daqui resultam taxas finais mais elevadas do que nos créditos com a Euribor como indexante.

Fonte: Indexante

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