Em apenas dois anos, o número de contribuintes a declarar rendas baixou 4%. A "culpa" é também do alojamento local. As rendas das casas estão a atingir valores que poucos se atreviam a antecipar mas, apesar da subida meteórica, nem todos os senhorios se mostram interessados em manter o negócio. Em 2015, mais de 570 mil contribuintes declararam rendimentos provenientes de rendas; neste ano, o número recuou para 546 770, uma redução de mais de 23 mil pessoas.
Associações de proprietários e de inquilinos encontram várias explicações para a descida: retirada das casas que vão ficando vagas, optando por dar-lhe outro destino, como o alojamento local; ou por vendê-las, aproveitando o bom momento do mercado imobiliário.
A descida de 4% no número de pessoas que no espaço de dois anos deixaram de reportar à Autoridade Tributária e Aduaneira rendimentos de rendas (através da sujeição à taxa autónoma de 28% ou pelo englobamento com outros rendimentos) foi acompanhada por um ligeiro acréscimo no valor declarado. No IRS entregue em 2017 (para rendimentos obtidos em 2016), foram declarados 3,05 mil milhões de euros de rendas, segundo os dados facultados pelas Finanças em resposta ao DN/Dinheiro Vivo. Este valor tinha sido de 3,01 mil milhões de euros em 2015, o primeiro ano em que este tipo de rendimentos passou a barreira dos três mil milhões de euros anuais.
Menezes Leitão, presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP), culpa a excessiva carga fiscal e as alterações à Lei das Rendas (que vieram prolongar o período de proteção dos inquilinos mais velhos e de menores recursos financeiros) como os principais motivos para os senhorios deixarem a atividade. E o que fazem às casas? "Muitas migraram para a venda", afirmou ao DN/Dinheiro Vivo. "Neste momento os preços estão bons para vender, até acho que a subida está a ser demasiado rápida, e é natural que os senhorios aproveitem para vender."
Fonte: DN
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.