22 março 2012

A conjuntura e a avaliação imobiliária

Por José Velez  *


Vivemos tempos de incerteza. Existe uma realidade insofismável que é a de que a profissão de avaliador imobiliário está mais difícil, visto que existe uma diminuição do número de transações, e, por conseguinte, dos comparáveis que são necessários para a fundamentação de uma estimativa de valor.
Nunca, como antes, a atividade de prestação de serviços de avaliação imobiliária foi tão influenciada pelo fenómeno da globalização. É usual os clientes solicitarem trabalhos em que a sua única preocupação é que o perito lhe transmita um valor em que haja a segurança que o mesmo reflete uma venda imediata. Situação esta que, de acordo com as melhores práticas, deverá ser bem enquadrada no que concerne aos termos de contratação.

Com o mercado globalizado tornou-se fundamental "standardizar" as práticas como os bens são avaliados. Existe no entanto uma diferença entre metodologias e práticas. As metodologias das avaliações são dinâmicas, variam consoante o caso concreto em análise e a solicitação do cliente, ao invés das práticas que são regras impostas pela consciência de cada avaliador, pelas associações de classe ou pela lei.


Essas regras abrangem a ética, a conduta e a competência necessárias para o desempenho da atividade de avaliação imobiliária. Existem, a nível internacional, várias organizações que, ao longo dos anos, se têm preocupado com esta temática, sendo a mais representativa o RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors), uma organização atualmente, com cerca de 150 mil membros em 120 países. O RICS assumiu um papel de especial relevância após o crash de 1974 no Reino Unido, uma vez que publicou, em 1976, o "redbook", que com as suas atualizações, continua a ser uma referência para os seus membros, como manual de procedimentos na avaliação imobiliária. Os principais objetivos deste manual estavam relacionados com a melhoria das práticas, existindo neste momento uma versão editada em Português.
Muito poderia ser referido acerca de outras associações de classe, mas existe algo que é transversal que é o facto de todas pretenderem uma normalização de práticas a utilizar na avaliação de bens imóveis, com o intuito de facilitar as ações de todos os intervenientes envolvidos numa determinada operação sobre um bem imóvel.

O futuro, sem menosprezar o que de bom se faz atualmente, será feito por uma normalização de procedimentos e por uma constante aposta na formação dos avaliadores por forma a ser possível dar a segurança necessária aos clientes finais de um trabalho de avaliação imobiliária, para tal é necessária uma constante atualização de conhecimentos e uma aposta nas ferramentas tecnológicas que permitam o acesso a informação tratada e que serve de fundamento ao trabalho realizado diariamente por todos os peritos.
 
* Diretor executivo da Prime Yield

Fonte: OJE

1 comentário:

  1. Muito bom este Blog. É um otimo veiculo para divulgação das variadissimas questões inerentes ao mercado imobiliário, assim como partilha informação atualizada sobre as várias vertentes especificas do mercado imobiliário.

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