Numa altura em que o mercado regista um declínio, a Europa continua a ser destino do investimento imobiliário estrangeiro, enquanto a região da Ásia-Pacífico é uma das principais fontes.
O investimento imobiliário global diminuiu 21% no primeiro trimestre de 2012 face ao período homólogo, fixando-se em 77 mil milhões de dólares (61 mil milhões de euros), revela a Jones Lang LaSalle. Este valor, adianta a consultora em comunicado, compara com os 97 mil milhões de dólares (77 mil milhões de euros) registados nos primeiros três meses de 2011. O investimento estrangeiro realizado entre janeiro e março deste ano caiu para apenas 39% do total dos volumes de investimento imobiliário global, a menor representatividade desde o terceiro trimestre de 2010, de acordo com a nota.
O investimento imobiliário global diminuiu 21% no primeiro trimestre de 2012 face ao período homólogo, fixando-se em 77 mil milhões de dólares (61 mil milhões de euros), revela a Jones Lang LaSalle. Este valor, adianta a consultora em comunicado, compara com os 97 mil milhões de dólares (77 mil milhões de euros) registados nos primeiros três meses de 2011. O investimento estrangeiro realizado entre janeiro e março deste ano caiu para apenas 39% do total dos volumes de investimento imobiliário global, a menor representatividade desde o terceiro trimestre de 2010, de acordo com a nota.
EUA são o mercado mais ativo
Os EUA permanecem a principal fonte de capital a nível global, com um crescimento homólogo de 25% na atividade de investimento registada, embora a maioria das transações se tenha confinado ao mercado doméstico. Apenas 7% das compras realizadas por investidores deste país foram concretizadas em mercados externos.
No primeiro trimestre de 2012, o continente americano registou um volume sólido de operações na ordem dos 29 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros). Ainda que representando uma queda de 6% face a igual período de 2011, sobretudo porque a atividade exponencial que se verificou no Brasil no ano passado não voltou a repetir-se, mercados como os EUA e o Canadá registaram um crescimento na atividade de investimento de 15% e 25%, respetivamente.
Os 28 mil milhões de dólares (22 mil milhões de euros) transacionados na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) nos primeiros três meses deste ano traduziram uma quebra de 27% face a igual período do exercício anterior. Mas a quebra homóloga mais acentuada ocorreu na região da Ásia-Pacífico, com uma contração de 28%, para 20 mil milhões de dólares (16 mil milhões de euros) transacionados, não obstante o crescimento da atividade quer no Japão quer em Hong Kong.
A maioria dos fluxos de capital estrangeiro continua focada na Europa, com 67% das principais transações a direcionarem-se para os mercados mais líquidos e de maior dimensão. Já no que respeita a Ásia--Pacífico, cerca de 5,7 mil milhões de dólares (4,5 mil milhões de euros) de investimento estrangeiro foram originados nesta região, que foi destino de apenas 400 milhões de dólares (317 milhões de euros), dando continuidade à tendência iniciada em 2011. Os fundos de pensões asiáticos, em crescimento, estão a executar as suas estratégias de diversificação em mercados afastados dos domésticos.
Londres recupera liderança
Entre janeiro e março de 2012, Londres recuperou a posição como o mercado global mais ativo, superando novamente Paris, que havia registado uma atividade de investimento considerável no quarto trimestre de 2011. Esta mudança deveu-se, em parte, ao apoio significativo dos investidores do Médio Oriente no mercado londrino e ao fim de um enquadramento fiscal favorável em França. Toronto e Oslo entraram de novo na lista dos dez mercados mais dinâmicos no primeiro trimestre deste ano, devido a transações de grande dimensão e pouco vistas nestes mercados.
Arthur de Haast, lead diretor International Capital Group da Jones Lang LaSalle, afirma que, "apesar do início mais calmo de 2012, continuamos otimistas e mantemos as nossas perspetivas para um total anual em torno dos 400 mil milhões de dólares (318 mil milhões de euros)". O responsável adianta que, "ainda que os recentes indicadores económicos dos EUA possam ser encorajadores para o imobiliário global, continua a haver muito por fazer, principalmente na Zona Euro". Frisa também que "o ano que temos pela frente continuará a ser dominado pela reação dos governos à crescente incerteza económica, que os investidores globais observarão com interesse. Esperamos ainda que a contínua desalavancagem dos bancos atraia mais fundos de capitais privados, à medida que estes seccionam oportunidades de imóveis tóxicos e integrados nas carteiras dos bancos quer nos EUA quer na Europa".
Escritórios e industrial no topo
O setor de escritórios foi o mais líquido, conquistando 45% de todo o investimento devido ao interesse sustentado nas principais cidades globais. A recente tendência de conquista de quota por parte do setor do retalho recuou neste trimestre.
O setor industrial atraiu um nível de transações significativo, incluindo negócios de portefólios de grande dimensão no Japão, e concentrou 15% de todo o investimento, sendo este um dos trimestres mais dinâmicos para o segmento. Em contraste, o período em análise deverá atingir um ponto mínimo quer para o retalho quer para a hotelaria, com 15 mil milhões e 5 mil milhões de dólares transacionados (12 e 4 mil milhões de euros), respetivamente. Mas algumas transações só recentemente foram fechadas ou estão ainda em fase final de due dilligence, o que terá um impacto positivo nos volumes do segundo trimestre em ambos os setores.
David Green-Morgan, diretor de Global Capital Markets Research na Jones Lang LaSalle, espera "que o interesse dos investidores no setor industrial se mantenha ao longo de 2012, já que as yields dos escritórios e do retalho se têm vindo a comprimir ao longo dos dois últimos anos". Afirma que a consultora aguarda ainda "um escrutínio mais profundo das oportunidades de valor acrescentado, incluindo mercados secundários anteriormente negligenciados, à medida que os preços nos mercados prime se mantenham inalterados". Contudo, sublinha, "as transações demorarão mais tempo a ser concluídas, pois muitos investidores decidirão realizar processos adicionais de due dilligence".
Fonte: OJE
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.