01 junho 2012

Habitação: Portugueses fazem render o sol


Com mais ou menos incentivos, são já muitos os portugueses que decidiram aproveitar o sol e calor que envolve as suas casas para convertê-los em energia e reduzir a sua fatura de consumo de eletricidade.

Num país com tantas horas de sol por ano, as famílias portuguesas podem fazer um duplo aproveitamento da luz que irradia as suas habitações, produzindo a sua própria eletricidade e assegurando o aquecimento das águas sanitárias. A produção própria de eletricidade terá, atualmente, um grau de eficiência que ronda os 15%, enquanto o aquecimento de águas sanitárias está já nos 40% no índice de eficiência e constitui um investimento economicamente recuperável em menos tempo, estimando-se que se torne rentável a partir do terceiro ou quarto anos de implementação.

Percorrendo o país, não é difícil esbarrar o olhar num ou noutro painel fotovoltaico estrategicamente colocado no topo das habitações ou nos quintais adjacentes, permitindo a essas famílias aproveitar a energia absorvida. Além de conseguirem reduzir substancialmente o valor da fatura a pagar mensalmente à empresa fornecedora de eletricidade, algumas famílias conseguiram já inscrever-se na lista de vendedores de energia à rede, rentabilizando o sol que captam através dos seus equipamentos, mas esta é uma lista de acesso limitado, a que nem todos os detentores de equipamentos de aproveitamento de energias renováveis conseguem chegar.

Mais ou menos discutível é a rentabilidade deste investimento ou, pelo menos, quantos anos demora até que o investimento seja amortizado e se torne efetivamente rentável, isto numa perspetiva puramente economicista, já que nunca serão quantificados os efeitos ambientais positivos aqui envolvidos. Mas o potencial de aproveitamento do sol nos lares dos portugueses é imenso, reconhece a generalidade dos especialistas.

Mas difícil será, no entanto, contornar o impacto da atual conjuntura económica na evolução da procura de equipamentos que permitam um aproveitamento eficiente do sol. Não havendo grandes inventivos (fiscais, de financiamento ou outros) para a aquisição destes equipamentos, será difícil estimular a sua venda em períodos de desemprego acentuado e de nítida redução do poder de compra dos portugueses. No entanto, para quem pode suportar o investimento, esta será porventura a melhor altura para encontrar preços mais acessíveis, contando com a certeza de que a sua fatura de consumo energético está a baixar dentro de alguns anos.

À Energie, empresa com sede na Póvoa do Varzim, continuam a chegar regularmente pedidos de instalação da solução de energia solar termodinâmica, que inclui um ou vários painéis solares, colocados em telhados, varandas ou fachadas, e um termoacumulador, que pode ser instalado na dispensa, sótão, garagem ou outro local técnico. "Estes sistemas solares termodinâmicos resultaram da junção de duas tecnologias: a bomba de calor e a energia solar térmica" explica Luís Rocha, presidente da Energie.

Pelo painel solar termodinâmico circula um fluido ecológico a temperaturas negativas que capta a energia do sol e do meio ambiente, sendo libertado na água, através de um permutador de calor. "Esta tecnologia permite ultrapassar as limitações dos painéis solares térmicos tradicionais, assegurando a obtenção de água quente 24 horas por dia, 365 dias por ano, com uma elevada eficiência energética", assegura Luís Rocha, segundo o qual o painel solar reduz o consumo energético da bomba de calor, que permite disponibilizar água e ar quente em qualquer circunstância.

Neste caso, o investimento necessário para uma habitação de quatro pessoas é de 2.000 euros, com amortização prevista em quatro a cinco anos. Mas é possível alargar este tipo de soluções para aquecimento central de habitações ou aquecimento de piscinas, implicando um investimento que ronda os 10.000 euros, com amortização prevista para os cinco anos seguintes.

Fonte: OJE

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