27 agosto 2012

Arrendar imóveis. Um negócio ainda pouco compensador


Arrendar imóveis
Para os contribuintes sujeitos a uma taxa média de IRS de 24,5% a rentabilidade varia entre 2,4 e 4,5%. Com a crise, há quem opte por comprar imóveis com o objectivo de arrendá-los. À primeira vista parece ser um negócio compensador, mas se formos analisar os encargos que os proprietários têm não é assim tão vantajoso.

A Associação de Defesa do Consumidor (Deco) fez as contas e chegou à conclusão que os proprietários que estejam sujeitos a uma taxa média de IRS de 24,5% a rentabilidade de um imóvel, mesmo que esteja localizado em zonas de excelência (Lisboa e Porto), situa-se entre os 2,4% e os 4,5%. Já para os contribuintes que estejam num escalão mais elevado – taxa máxima de 49% em 2012 – a rentabilidade ainda é mais pequena e varia entre 1,3% e 2,5%.

Além das rendas líquidas de encargos, os proprietários que compram para arrendar devem ainda preocupar-se com a tendência dos preços dos imóveis. “Apesar de serem, regra geral, aplicações de longo prazo, o resultado do investidor será a soma das rendas com a mais ou menos-valia na altura da alienação”, salienta a associação, acrescentando ainda que a informação que é disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística sobre a evolução da avaliação bancária deve ser tida em conta.

RISCOS E CUSTOS

A par disso, os potenciais investidores devem contar com um conjunto de riscos, nomeadamente de incumprimento e custos associados à propriedade e que devem ser analisados à risca quando se pensa neste tipo de investimento.

“Embora o arrendamento possa não ser imediato após a compra do imóvel, os custos são sempre garantidos: Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), despesas de condomínio, seguro de incêndio, taxas municipais, reparações, entre outros”. Aliás, no entender da Deco, existe actualmente a possibilidade de o valor patrimonial fiscal dos imóveis mais do que duplicar em alguns casos, o que, somado às taxas de IMI “aumentará o sufoco financeiro” dos portugueses.

A associação lembra, no entanto, que ainda é possível fazer bons negócios se o imóvel a comprar apresentar “um desconto significativo em relação aos valores de mercado”.

Por isso, para quem continua a pensar que este é um bom investimento, antes de tomar a decisão deve ter em conta alguns factores. A localização do imóvel é um dos critérios a ter em conta. Estar perto de boas infra-estruturas – como transportes, escolas e hospitais – pode fazer toda a diferença para conseguir rentabilizar o mesmo.

A verdade é que há muitos portugueses que continuam a olhar para o mercado imobiliário como um bom negócio e isso é visível pelas operações que são realizadas pelas mediadoras.

Ou seja, há quem retire as poupanças dos bancos para apostar no imobiliário, considerando-o como um activo de refúgio.

Essa procura pelo arrendamento também se reflecte no negócio das próprias empresas de mediação. Contactadas pelo i, a Era diz que o arrendamento, este ano, já pesa 50% da facturação, um aumento de mais de 100% em relação a 2011. Para a Century 21 representa cerca de 16% do volume de transacção e 55% do número de transacções, enquanto que para a Remax pesa “pouco mais de metade das transacções realizadas”.

Fonte: iOnline

1 comentário:

  1. Estes estudos da DECO só podem ter sido encomendados pois estas 'iluminadas conclusões' sobre as rentabilidade dos ímóveis para arrendamento deixam muito a desejar. Obter rentabilidades acima dos 5% é fácil e se recorrerem a um gestor imobiliário com experiência no mercado imobiliário e no arrendamento para investidores, poderão ter uma agradável surpresa.

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