O boletim estatístico do BdP regista que o volume total dos créditos concedidos pela banca às empresas não financeiras em Junho era 5,3% inferior à do mesmo período no ano passado. Mas a redução não é igual para todos os sectores de actividade.
Na construção, a quebra atingiu os 8,1%; no comércio (categoria que inclui o comércio a grosso e a retalho e a reparação de automóveis), a redução foi de 12,9%. Em ambos os casos, o ritmo de redução do crédito tem vindo a aprofundar-se ao longo do último ano.
A `troika` (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) defende que a economia portuguesa deve reorientar-se do sector não transaccionável para o transaccionável, e que a política de concessão de crédito da banca pode contribuir nesse sentido.
Apesar de ser em sectores não transaccionáveis que a quebra é mais profunda, a redução do crédito também ficou acima da média em áreas transaccionáveis: a agricultura (o crédito caiu 6,2%), a indústria transformadora (menos 6%) e a indústria mineira (menos 6,4%).
O Governo e a `troika` têm defendido que não há, por enquanto, uma escassez de crédito na economia, mas o problema preocupa as autoridades portuguesas e internacionais. Aliás, o Governo comprometeu-se a preparar para a `troika` um relatório sobre as condições de financiamento das empresas até ao final de Julho; o documento não foi divulgado.
Fonte: Construir
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