O estudo da CBRE, “Shopping Centre Stock in Europe” analisa os centros comerciais existentes e em construção na Europa com área igual ou superior a 10.000 metros quadrados (m2), o que, sublinha a mesma fonte, “representa a vasta maioria dos centros comerciais onde estão ou pretendem estar localizados os retalhistas internacionais”.
De acordo com a CBRE, “durante o primeiro semestre de 2012, abriram 51 centros comerciais na Europa, totalizando uma área de 1,5 milhões de m2, e há mais 3 milhões de m2 com abertura prevista até ao final do ano. Se os prazos de abertura forem cumpridos em todos estes espaços, os projectos concluídos alcançarão 4,4 milhões de m2 em 2012, o que representa um aumento de 25% relativamente a 2011”.
Segundo o estudo, “a Turquia é o mercado mais activo, com praticamente 400.000 m2 de novos espaços em centros comerciais concluídos em 2012, sendo responsável por um terço do novo espaço construído durante o primeiro semestre do ano”. Números que posicionam a Turquia bem à frente da Alemanha (165.000 m2), com Itália e Polónia (ambas com 140.000 m2) imediatamente a seguir.
Neville Moss, Director do Departamento de Retail Research da região EMEA da CBRE, comenta: “A grande actividade do mercado de promoção de centros comerciais na Turquia, Polónia e Rússia permite que os retalhistas ampliem as redes de lojas nestes mercados. Porém, noutras localizações, o número de novos centros comerciais é reduzido, oferecendo menos oportunidades de expansão aos retalhistas. Essencialmente, apenas uma pequena parte dos novos espaços dá resposta à falta de imóveis prime nos principais centros urbanos, que são as localizações mais procuradas pelos retalhistas e que, consequentemente, enfrentam dificuldades na execução dos seus planos de expansão.”
Em comunicado de imprensa a CBRE refere que, ao que foi apurado, em 2011 “foram concluídos cerca de 3,6 milhões de m2 de espaço em centros comerciais na Europa, o que se traduziu numa descida de 4,6% no ano. Ainda assim, estes números representam um nível significativo de espaços novos, apenas ultrapassado pelos anos do boom da promoção imobiliária entre 2005 e 2009, ao nível do número de projectos concluídos anualmente”.
Nos últimos anos, explica a CBRE, o desenvolvimento de novos projectos de promoção imobiliária tem sido dominado pelos mercados emergentes, mas a actividade de construção prossegue a passos largos nos mercados europeus mais maduros para dar resposta à procura por parte dos retalhistas. A consultora relembra ainda que “em 2011, os cinco grandes mercados da Europa Ocidental (Espanha, Itália, França, Alemanha e Reino Unido) foram responsáveis por um terço do espaço de novos centros comerciais na Europa”.
Na Europa e em termos gerais, há cerca de 7,5 milhões de m2 de espaço de centros comerciais em construção. Analisando por países, a Turquia deverá manter-se o mercado mais activo, com cerca de 1,5 milhões de m2 em construção, seguida por Itália (698.000 m2) e Espanha (612.000 m2).
Já o volume de novo espaço em construção no Reino Unido (120.000 m2) representa apenas 1,5% do total em construção na Europa – muito menos do que em França (7%) e Alemanha (6%), onde ainda há margem para preencher lacunas do mercado.
Itália tem o segundo maior pipeline de espaço novo – “cerca de dez novos projectos deverão abrir até ao final do ano e outros dez têm abertura agendada para 2013, nomeadamente o Finiper Villesse, em Villesse, com 90.000 m2”. A vizinha Espanha apresenta um número relativamente baixo de projetos em construção – apenas dez, contudo neste número, incluem-se centros comerciais de grande dimensão
Na Alemanha, estão em construção cerca de 400.000 m2, com previsão de abertura de oito centros comerciais até ao final do ano, e na Polónia, estão em construção 18 projectos, a grande maioria em cidades de pequena e média dimensão.
Em Portugal ainda não houve qualquer inauguração de complexos comerciais e não estão previstas novas aberturas até ao final do ano de 2012. Actualmente encontram-se em construção apenas dois centros comerciais e está iminente o início de obras de um terceiro.
Na opinião de Cristina Arouca, Associate Director do Departamento de Research e Consultoria, “É expectável que o abrandamento do desenvolvimento de novas superfícies comerciais se mantenha no curto e médio prazo, uma vez que são poucos os projectos em análise efectiva pelos promotores. Esta situação espelha, não só a crise que se vive desde 2008, em particular com as restrições ao financiamento bancário, mas também a maturidade do mercado neste sector.“
Fonte: Construir
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