A semana do Salão Imobiliário de Portugal. Feira morna, com a crise a fazer-se sentir. Houve menos expositores que o habitual, menos visitantes e isso influenciou o resultado dos negócios realizados. Em tempos, foi a feira dos promotores. Depois passou a ser a feira dos mediadores e agora parece ser a feira dos bancos. Nesta última edição, o número de stands dos bancos, com venda direta de imóveis, quase igualou a dos profissionais do setor. É importante que os mediadores, especialistas deste negócio por excelência, encarem este momento como um desafio, e aproveitem para criar novas parcerias, ao mesmo tempo que passam a enfocar-se num serviço de maior qualidade e aconselhamento personalizado. Identificar o perfil de cada potencial cliente e adequar o produto em promoção ao mesmo, será sempre uma mais-valia que só a mediação consegue fazer.
A atual situação do país é uma oportunidade de implementar mudanças essenciais e saudáveis no setor. É a altura de investirem para não perderem a liderança no negócio da intermediação imobiliária. As instituições financeiras têm o seu papel, como um novo “player” neste mercado. Mas não querem nem devem ser o motor das mudanças, mas sim parceiros, com stock para vender e com soluções de financiamento interessantes. Os profissionais que se mantêm presentes, pela ousadia e soluções apresentadas (ofertas de carteiras para investidores para mercado de arrendamento, parceria de mediadores e promotores com alguns dos Bancos do mercado e ainda, as soluções de reabilitação em parcerias com câmaras, promotores e com a banca), serão aqueles que mais vão crescer e sair da crise reforçados e com ganho de quota.
Este foi, sem dúvida, o SIL da viragem, onde a internacionalização, a procura de parcerias e investimento estrangeiro foram temas das conferências, das atividades paralelas, das conversas de corredor. O imobiliário é também um bem exportável.
Vieram a Portugal mediadores e investidores brasileiros. Assinou-se um importante protocolo com a associação de mediação francesa, que vai ajudar a venda de produto no mercado dos não residentes. E não há dúvida que quem não esteve perdeu contatos, informação e negócio. Perdeu sobretudo o futuro.
Por José Araújo Millenium BCP
Fonte: Público
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