15 novembro 2012

Compra de habitação para arrendamento anima mercado em Gondomar


Os investidores continuam a comprar casas para colocar no mercado do arrendamento. Contudo, procuram imóveis com preços baixos, que rondam os 50 mil euros.

A compra de casas, especialmente, por parte dos investidores, para colocar no mercado do arrendamento é, neste momento, um dos negócios com alguma expressão no concelho de Gondomar. A convicção das empresas de mediação contatadas é que a aquisição de casas, por parte dos investidores e alguns proprietários, que resultam, especialmente, das retomas dos bancos, permite que o mercado apresente algum dinamismo, concretizado em algumas vendas de frações.


De acordo com Abílio Alves, da Dialves House, “os investidores procuram, essencialmente, casas usadas com preços que vão até aos 50 mil euros, que resultam da retoma dos bancos”. Na sua opinião, são casas, sobretudo, usadas que precisam de algumas obras e que, depois, são colocadas no mercado do arrendamento, onde, neste momento, a oferta a valores mais baixos, continua a existir. Este mercado é limitado pelos valores de aquisição, já que se destina ao mercado do arrendamento onde os valores de renda também são baixos.

Também o responsável da Dialprogresso, mediação imobiliária, está de acordo que o mercado continua a ser animado pela oferta que resulta das retomas dos bancos, sendo que, na sua opinião, a par dos investidores, aparecem alguns particulares que compram as frações com dinheiro das suas poupanças.

Arminda Azeredo, da Azeredo&Sousa, confirma o interesse dos investidores na aquisição de apartamentos usados, destinados ao arrendamento. Na sua opinião, o agravamento dos impostos, anunciada pelo governo, especialmente do IMI (Imposto Municipal de Imóveis), está a levar os investidores a um compasso de espera, de forma a confirmarem se haverá, ou não, alterações significativas nos valores das taxas a pagar ao Estado. Adverte, no entanto, que quem procura casa para comprar ou arrendar, quer um produto barato.

No entanto, os responsáveis das mediadoras alertam para o facto de a procura de casa para arrendamento, neste concelho, apresentar alguns sinais de abrandamento. Esta situação prende-se com o facto de os casais, devido a atual situação económica das famílias, apresentarem cada vez mais dificuldade em pagar os valores de renda e optarem, sempre que têm essa possibilidade, a ir viver com os pais ou outros familiares.

Excesso de casas à venda em Gondomar foi um dos primeiros concelhos da Área Metropolitana do Porto que cedo apresentou sinais de que havia um excesso de casas à venda no mercado, especialmente de apartamentos T2 e T3. Na opinião de quem constrói e vende na zona, a queda das vendas começou a verificar-se há cinco, seis anos, resultando daí, promotores que acabaram por nem sequer concluir a construção dos prédios e das moradias.

De acordo com a Confidencial Imobiliária o número de fogos em oferta nas 12 freguesias do concelho é de 5.669, sendo que 2.393 se localizam em Rio Tinto, uma das freguesias mais populosas do concelho de Gondomar. Basta referir que a oferta disponível no concelho de Gondomar o coloca no 10º lugar a nível nacional. Curiosamente, a oferta de habitação na freguesia de Rio Tinto assume um destacado quarto lugar, quando comparada com o número de frações das outras freguesias do país.

No que se refere à estrutura da oferta por estado do uso verifica-se que, na média das várias freguesias,
63% dos fogos são usados, e só 37% são novos. No caso da freguesia de Rio Tinto os fogos usados ultrapassam os 65% do total.Quanto à estrutura da oferta, por tipologia, temos que no concelho de Gondomar quase metade são T2, que representam 41,8% do total. Seguem-se os apartamentos T3, com 23,7%, e as moradias até T3, com 12,7%. Considerando isoladamente a freguesia de Rio Tinto constata-se que os apartamentos T2 representam 42,3%, seguido dos T3, com 28%. As moradias T4 ou superior e os apartamentos T1 surgem com 10%, para cada um.

Na análise da dinâmica de absorção e valorização da habitação, conclui-se que no ano passado foram vendidas 859 casas em todo o concelho, sendo que 386 aconteceram em Rio Tinto. O tempo de absorção desta oferta é significativo, já que cada fração tem um tempo médio de venda de 14 meses. É visível que a procura de imóveis, a nível do concelho, incide especialmente sobre os usados (65%), sendo, ainda, mais significativa no caso de Rio Tinto onde aumenta para 69%.

No que toca à oferta de frações para arrendamento verifica-se que, a nível do concelho, situa-se nos 278 e, em Rio Tinto, é de 159. Os preços rondam os 4 euros/m2, na média as várias freguesias do concelho, sendo de 5 euros/m2 em Rio Tinto. Recorde-se que a média nacional é de 7 euros/m2.

Fonte: Público

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