19 dezembro 2012
Escassez de casas no centro de Aveiro eleva os preços na periferia
A procura de casas para aquisição ou arrendamento na cidade de Aveiro é interessante. Todavia a oferta é escassa e o que existe não se ajusta ao que os clientes desejam. Na opinião de alguns mediadores, a dificuldade de resposta a esta procura no centro leva a que as opções se alarguem para a periferia, promovendo a descentralização da cidade.
De acordo com Pedro Campos, consultor da Re/Max Aveiro ABC, o facto de os clientes interessados em comprar ou em arrendar, não encontrarem nas freguesias do centro da cidade o que desejam, leva-os a alargar a procura nas freguesias vizinhas de Esgueira, Santa Joana, São Bernardo e São Jacinto. Na sua opinião, verifica-se, também, que a descentralização na procura tem como consequência uma maior aproximação, em todo o concelho, dos preços médios dos imóveis, tanto usados como novos.
De acordo com os dados da Confidencial Imobiliária esta situação é visível, especialmente, nos imóveis com preços mais elevados. No caso dos imóveis usados os preços rondam os dois mil euros o metro quadrado (m2), tanto na freguesia urbana de Vera Cruz como na média das restantes freguesias do concelho de Aveiro.
A aquisição de frações para investidores é, neste momento, um dos poucos negócios de venda que apresenta um nível de concretização razoável. Na opinião de Luísa Campos, gerente da sociedade de mediação Elite Lar, “neste momento vendemos alguns produtos dos bancos a investidores, e temos outros clientes interessados em comprar, mas não conseguem o crédito necessário para concretizarem a compra”.
No que se refere ao arrendamento, Luísa Campos refere o facto de atualmente aparecerem casas novas no mercado do arrendamento, colocadas pelos promotores que desistiram de esperar pela concretização das vendas.
Para Pedro Campos, apesar dos altos e baixos relacionados com o evoluir da situação económica do país e, especialmente, com as medidas de combate à crise anunciadas pelo Governo, a loja da Re/Max Aveiro tem conseguido “manter uma média anual razoável de vendas, especialmente a investidores”.
Fogos novos em excesso
De acordo com a Confidencial Imobiliária o concelho de Aveiro apresenta uma oferta total de fogos para venda de 3.977, sendo que 1.265 localizam-se na freguesia urbana de Vera Cruz. Curiosamente, mais de metade da oferta (55%) é constituída por frações novas. A situação é, ainda, mais interessante quando isolamos o caso da freguesia de Vera Cruz, já que 76% dos fogos são novos, embora a procura deste tipo de imóveis, nesta zona, seja inferior ao das casas usadas. Ou seja, só 56% dos clientes querem tipologias novas, enquanto 43% procuram imóveis usados, o que faz com que muitos casais não encontre o que procura no centro da cidade.
Nas restantes freguesias do concelho de Aveiro verifica-se que a procura de imóveis usados e novos está mais próxima da oferta, embora, ainda, sofra de algum desajustamento. Assim, a procura de imóveis usados (51%), é inferior à oferta (44%). Já no caso dos imóveis novos, a procura (48%) é inferior à oferta (55%) existente.
Quanto à estrutura da oferta, por tipologia, é visível que a maior percentagem das casas são T2 e T3, enquanto os T1 têm menor expressão. No caso da Vera Cruz os T2 e T3 representam 64%, e no conjunto do concelho atingem os 52%.
No caso da procura verificamos, apenas, que atualmente existe uma maior procura de T1 (20%, em Vera Cruz, e 18%, no concelho), mas que a oferta é inferior, com 16% e 14%, respetivamente.
Na oferta de fogos para arrendamento verifica-se que, no total, o concelho oferece 478 frações, sendo que 153 encontram-se na freguesia de Vera Cruz. Os valores de renda mensais são superiores no centro da cidade, seis euros/ m2, enquanto no concelho são de cinco euros/m2.
Fonte: Público
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