A procura de casas para arrendar é significativa e os investidores podem ter aqui um nicho de mercado a explorar. O valor médio das rendas é de quatro euros m2.
A oferta de casas da banca para venda e a procura para arrendamento são dois dos aspetos que mais se destacam na caraterização do mercado da habitação da Marinha Grande. Em comparação com outras regiões do país, o peso da oferta das casas, que resultaram do crédito malparado à habitação, é bastante superior à oferta de casas de particulares, no caso do imobiliário usado, e dos promotores, nas frações novas. A explicação para esta situação é dada pelos mediadores que conhecem o mercado.
Na opinião de Bruno Rosa, diretor da imobiliária Imodélio, durante anos os trabalhadores da indústria tinham dois ordenados, o ordenado normal e um segundo conseguido com as horas extraordinárias. Na sua opinião, esta situação permitiu que os trabalhadores tivessem condições financeiras para comprar casa. Contudo, por um lado, o agravar da situação económica do país, que afetou de forma drástica o setor industrial levando ao fecho de muitas empresas e, por outro, as alterações no regime das horas extraordinário, levou a que muitas famílias vissem a sua situação financeira agravar-se de forma abrupta.
Simultaneamente, o encerramento das fábricas levou a um ajustamento a nível do comércio local que proliferava junto a estas zonas.
João Cordeiro, gerente da Imosonho, tem a mesma explicação para este fenómeno, alertando para o desemprego que grassa na região, onde predominam indústrias de setores como os moldes, plásticos e a metalúrgica, muito penalizadas pela situação económica do país. Na sua opinião, este fenómeno é acompanhado pela maior procura de casas para arrendamento, embora a oferta seja escassa.
De acordo com os dados da Confidencial Imobiliário (CI) o número de fogos em oferta para arrendamento, no concelho da Marinha Grande, é de 75, sendo que 68 localizam-se na freguesia da Marinha Grande. O valor médio das rendas é de quatro euros o metro quadrado (m2).
Na opinião de João Cordeiro a procura de casas com preços mais baixos por parte de investidores é um nicho de mercado, sendo, na verdade, o negócio com mais expressão atualmente. Embora represente, apenas, cerca de um terço dos negócios realizados há dois a três anos atrás. Contudo, na sua perceção, as casas não se destinam ao mercado do arrendamento, porque apesar das alterações da lei do arrendamento - questões como os despejos ficaram muito aquém do desejável – e, ainda, não estão a estimular a confiança no mercado.
Casas novas escasseiam
Segundo João Cordeiro, neste momento, começa a haver falta de casas novas e com boa qualidade de construção. Um dos empreendimentos recentes que apresentava estas características, a Urbanização das Olaias, já não tem muitas frações para venda. Segundo os dados da CI, a procura de casas novas é superior à oferta, já que, neste mercado, o peso das frações usadas para venda é maior. Ou seja, no concelho a percentagem de fogos usados em oferta para venda é de 69%, em detrimento dos novos que é de apenas 31%. Contudo, a procura de fogos novos é de 40%, superando em 10% a oferta. O número de fogos em oferta destinados a venda é de 618, sendo que a freguesia da Marinha Grande absorve a quase totalidade, ou seja, 500 frações. Predominam os apartamentos T3, com 23% da oferta, as moradias até T3, com 27%, seguindo-se os T2, com 19%.
Em 2011 o número de fogos transacionados foi de 279, sendo que 240 foram vendidos na freguesia da Marinha Grande. O tempo que, em média, demora a vender uma fração ronda os dez meses, o que permite estimar que a atual oferta de casas tenha um período de escoamento previsto de quatro anos.
Autarquia reabilita centro tradicional do concelho
A requalificação do património Stephens e das instalações da Escola Profissional e Artística da Marinha Grande (EPAMG), a reabilitação da Fábrica da Resinagem, a implementação de circuitos turísticos e a programação cultural do município e da associação CISCO, são algumas das ações incluídas no programa “Parcerias para a Regeneração Urbana”, um projeto promovido pela autarquia e financiado, em parte, pelo do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), e destinado à reabilitação urbana do centro tradicional da Marinha Grande.
O projeto “destina-se a qualificar e integrar os distintos espaços de cada cidade; fortalecer e diferenciar o capital humano, institucional, cultural e económico da cidade; qualificar e intensificar a integração da cidade na região envolvente; inovar nas soluções para a qualificação urbana”.
O programa de ação para a Marinha Grande foi contemplado com um investimento de cerca de 8,8 milhões de euros, comparticipado em 60% pelo FEDER, o que representa um valor de cerca de cinco milhões de euros, para ser executado entre 2009 e 2012. Para a concretização dos 11 projetos foi estabelecida uma parceria entre a autarquia e as diversas associações e organismo do concelho.
Fonte: Público
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.