22 maio 2013

Grandes centros comerciais vão continuar a ser os mais atrativos


John Welham, Head of European Retail Investment, da CBRE considera que, “à semelhança do que se verifica no resto da Europa, os centros comerciais de grande dimensão são os ativos que mais cativam o interesse dos investidores internacionais dispostos a investir no mercado de retalho nacional”.
O especialista em investimento internacional esteve em Lisboa, na última sexta-feira, onde participou num almoço-conferência organizado pela revista Vida Imobiliária, subordinado ao tema “Investir no Imobiliário Português na Perspetiva dos Investidores Internacionais”. 

Perante uma plateia de cerca de uma centena de profissionais do setor, John Welham falou sobre as tendências de investimento na área de retalho a nível internacional, traçando algumas notas daquele que considera ser o cenário mais provável para o futuro do setor no nosso país.

“É muito difícil que um investidor aposte num mercado sobre o qual ainda não há certeza de já ter chegado ao fundo” e, à medida que várias economias europeias começaram a entrar em recessão, estes receios ganharam maior consistência, sobretudo nos países intervencionados como Portugal, onde o cenário macroeconómico desfavorável tem sido o principal motivo para que seja “muito difícil tomar decisões de investimento no que respeita aos centros comerciais”. 

Pois, continua, “o mercado tem mudado muito e depressa, e isso tem feito com que muitos investidores acabem por não concretizar as suas intenções de investimento, não obstante a qualidade dos ativos na mira”. Além disso, “ainda continua a haver um forte diferencial entre o valor pedido pelos proprietários e o valor que o comprador está disposto a pagar”. Uma situação que, não sendo exclusiva a Portugal, é preciso resolver “o quanto antes”.

Boas notícias do setor

Embora o cenário não pareça para já o mais risonho, John Welham fez uma ressalva positiva, ao garantir que “nos últimos tempos temos vindo a assistir a várias boas notícias das quais pouco se fala e que poderão contribuir positivamente para a dinamização do setor. No entanto, temos de ter presente que o cenário mudou nos últimos anos, e de agora em diante apenas os investimentos mais ousados e maduros serão bem-sucedidos”.

Em todo o caso, serão os centros comerciais de grande dimensão, com escala regional, aqueles que melhores hipóteses têm para atrair investimento externo. Até porque, tal como se verifica “um pouco por toda a Europa, a performance dos grandes esquemas de retalho tem vindo a superar largamente a dos projetos mais pequenos, pois têm maior notoriedade, abrangência e também maior capacidade de atração de visitantes e, consequentemente, de retalhistas”, algo que também se verifica em Portugal, concluiu.

Antes de vender, é preciso criar valor. Por isso, realça, para dar resposta a esta situação, “os proprietários de shoppings precisam de continuar a investir nos seus centros durante alguns anos. O tempo necessário para criar âncoras de atração e consolidar os seus centros comerciais, ou seja, tornar o ativo mais atraente para os investidores”. O que faz todo o sentido em Portugal que “conta com muito boas infraestruturas e especialistas neste campo, pelo que tenho a certeza que é apenas uma questão de tempo para que os investidores voltem a confi ar no mercado”, diz John Welham.

Fonte: Público

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