A compra de casa, por parte dos investidores e de particulares, é um dos negócios que, atualmente, mais se destaca no concelho do Barreiro. “Os particulares investem na compra de casas, com preços de 35 mil a 40 mil euros, para colocar no mercado do arrendamento”, adianta Francisco Canteiro, sócio-gerente da ERA Barreiro. Na sua opinião, o facto de este concelho apresentar os preços mais baixos da região, permite que a procura de casas para arrendamento, com rendas baixas, tenha aumentado significativamente a partir do segundo semestre de 2012.
Para Francisco Canteiro, “cerca de 80% das aquisições são feitas através de recursos próprios, sem recorrer ao financiamento bancário”. Por seu lado, os particulares que querem comprar com acesso ao crédito bancário optam pelas casas disponibilizadas pela banca, cujas condições de financiamento são mais vantajosas.
Para Francisco Canteiro, o mercado da habitação no Barreiro está a funcionar e há segmentos onde a rentabilidade nas vendas é interessante. Contudo, “é preciso mais trabalho no terreno e, por isso, é preciso mais pessoas, com o perfil adequado a trabalharem na agência”, diz. Neste momento a ERA Barreiro emprega 18 pessoas.
Peso dos fogos usados
De acordo com a Confidencial Imobiliário (CI) o concelho do Barreiro apresenta, atualmente, uma oferta de fogos para venda de 1460 frações, sendo que 180 se encontram na freguesia do Barreiro. Parte significativa dos fogos, 74,6%, são casas usadas. Na freguesia do Barreiro a percentagem de casas usadas para venda é menor, ou seja, de 62%.
O peso das tipologias T2 é muito significativo no conjunto de freguesias do concelho e atinge os 47% da oferta total disponível para venda. Segue-se os T3, com 31%. A oferta de T1, com 8%, e T4 superior, com 7%, apresenta fatias reduzidas.
Em 2011 o número de casas vendidas no concelho atingiu as 500 frações. O tempo médio de absorção da oferta é de 14 meses, o que leva a que a atual oferta tenha um tempo previsto de escoamento de quatro anos.
A procura de casas usadas para aquisição é muito significativa quando analisámos as freguesias na totalidade, atingindo os 61%, enquanto 39% procuram casas novas. Contudo, a freguesia do Barreiro apresenta uma situação peculiar, já que 71% dos clientes que procuram casa querem uma fração nova e apenas 29% procura fogos usados. As tipologias mais procuradas são o T2 e o T3, o que está de acordo com a oferta existente no concelho.
Curiosamente, na zona antiga do Barreiro, a autarquia está a avançar com projetos de apoio aos proprietários para a renovação dos prédios. Assim, de acordo com Rui Lopo, vereador responsável pelo Planeamento e Gestão Urbana da Câmara Municipal do Barreiro, “no âmbito da Área de Reabilitação Urbana do Barreiro Antigo (ARU do Barreiro Antigo) as reabilitações de edifícios têm isenções de IMI durante 5 anos, isenção de IMT para a primeira transmissão onerosa de prédio reabilitado e a quase isenção de todas as taxas municipais que incidem sobre o processo de reabilitação (licenciamento, ocupação de via pública) ”. De acordo com o responsável, a autarquia está, neste momento, a trabalhar na constituição de uma nova ARU, desta feita, para as áreas urbanas do concelho que possuam um perfil de construção entre as décadas de 60 à década de 80.
Autarquia está a investir na requalificação dos espaços urbanos
“Temos feito um grande esforço para qualificar os espaços urbanos, particularmente os espaços públicos, quer com esforço orçamental da autarquia, quer através da articulação com algumas operações urbanísticas particulares”, refere o vereador Rui Lopo.
Como exemplo, cita o reforço funcional do centro da cidade com a requalificação das vias dando maior espaço ao peão, requalificando o mercado municipal e ampliando espaços para o lazer, ligando uma recente unidade comercial ao rio. Um outro exemplo é, também, a total abertura de um espaço da cidade, marginal ao rio Coina, na continuidade da zona Polis, já requalificada, criando novos eixos viários e abrindo espaço à criação de um corredor verde ribeirinho.
Dando continuidade a esta lógica associada às frentes ribeirinhas, a autarquia “está a investir na requalificação das artérias marginais ao rio Tejo e em toda a zona de Alburrica criando mais espaços para a atividade comercial de restauração e espaço público requalificado”, acrescenta o responsável. Grande parte destes investimentos tem também uma componente de infraestruturas de águas e saneamento, tendo em conta a melhoria da qualidade das nossas praias e zonas de banhos fluviais já que a ETAR - Estação de Tratamento de Águas Residuais, já se encontra em funcionamento.
Fonte: Público
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