30 julho 2013

Investir em imobiliário fora do país pode ser rentável


O momento não é bom para investir em imobiliário em Portugal. Segundo o mais recente estudo da Proteste Investe, aos preços médios do mercado, o investimento em imobiliário nacional não se justifica.
Contudo, apesar de toda a conjuntura, o imobiliário continua a ser um investimento seguro mesmo que seja a longo prazo e por isso, a baixa correlação com os mercados financeiros, demonstrada por vários estudos, permite que a inclusão de uma exposição ao imobiliário reduza o risco da carteira numa perspectiva de longo prazo. 

Num período de queda do mercado de acções ou de obrigações, pode estimar-se que os imóveis continuem a gerar rendimento, através do pagamento das rendas, atenuando as perdas dos títulos presentes na carteira.

Embora, em geral, agora não seja boa ideia comprar casa em Portugal para arrendar, essa regra não tem de ser aplicar forçosamente ao resto do mundo. Para quem pretender continuar a investir no imobiliário mesmo que seja fora do país, a Proteste Investe aconselha o que deve ter em conta.

Comprar e arrendar lá fora

São vários os riscos, as dificuldades e os custos inerentes à compra de uma propriedade fora de Portugal com o objectivo de arrendar. No entanto, é possível encontrar oportunidades que justifiquem o investimento.

A Proteste aconselha a que comece por se informar sobre a legislação relativa ao imobiliário e ao arrendamento do país onde pretende investir. De seguida, tente identificar todos os custos e procedimentos necessários para a compra do imóvel e posterior arrendamento. Procure conhecer o mercado para saber se o preço é atractivo, identificar as zonas com maior procura e quais as rendas praticadas.

Tudo isto exige tempo e deslocações ao país em causa. Tem ainda de contratar consultores para o ajudar: um advogado, um contabilista e uma pessoa responsável pela gestão e manutenção do património. Os custos irão diminuir a rentabilidade e tornar o investimento menos atractivo.

Se mesmo assim a rentabilidade lhe parecer elevada, investigue a situação económica do país. A evolução do preço do imobiliário e a sua comparação com o de outros países de características semelhantes podem alertá-lo para a existência de uma bolha imobiliária. Identifique quais as perspectivas de evolução da moeda local face ao euro. Se, após o investimento, a moeda local desvalorizar, poderá registar perdas em euros, mesmo que na moeda local esteja a obter rendimentos positivos.

Alternativas de investimento

A Proteste no entanto apresenta alternativas para quem não dispõe da quantia ou do tempo necessários para comprar um imóvel no estrangeiro. Pode, por exemplo, comprar unidades de participação de um fundo de investimento mobiliário com exposição ao sector ou, directamente na bolsa adquirir exchange-traded funds (ETF) que repliquem a performance de um índice imobiliário ou real estate investment trusts (REIT), que são entidades constituídas para investimentos específicos em activos imobiliários, normalmente com benefícios fiscais.

O Simon Property Group, listado na bolsa de Nova Iorque, é o maior REIT cotado no mundo. Os seus accionistas são donos de 22 milhões de metros quadrados, na sua maioria centros comerciais e espaços de retalho na América do norte, na Europa e na Ásia.

Este tipo de investimento traz algumas vantagens: consegue reduzir substancialmente o valor aplicado, usufrui de maior diversificação ao adquirir uma parte de uma carteira de imóveis e não tem de gerir o património.

Regra geral, o rendimento dos dividendos dos ETF focados no imobiliário e dos REIT tende a ser elevado, porque tendencialmente a maioria das rendas recebidas são transferidas para os accionistas. Actualmente, o Simon Property Group, por exemplo, apresenta um rendimento anual do dividendo de cerca de três por cento.

Neste momento, os analistas da Proteste Investe não emitem recomendações sobre ETF especializados no imobiliário nem sobre REIT.

Contacte o seu intermediário

Se o seu intermediário financeiro permite a subscrição de fundos, procure e compare fundos do sector imobiliário. Tenha atenção à política de investimento. O fundo pode adquirir acções de empresas do sector imobiliário e, neste caso, está a aumentar a exposição ao mercado accionista. Em alternativa, o fundo pode investir em fundos de investimento imobiliários e REIT.

Caso o seu banco possibilite a negociação na bolsa de Frankfurt, Paris, Londres ou Nova Iorque, pode também investir em ETF e REIT como se estivesse a negociar acções.

Fonte: Diário Imobiliário

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.