05 julho 2013

Portugueses continuam a preferir comprar casa


A redução do investimento residencial em 2013 traduz as perspectivas de rendimento permanente das famílias, nomeadamente dada a deterioração da situação no mercado de trabalho.
A descida desta componente deve ser inserida numa tendência de médio prazo, decorrente da estabilização do stock de habitação, depois do aumento registado ao longo dos anos 90. Para 2014 perspectiva-se alguma estabilização do investimento residencial, no quadro de alguma sustentação do rendimento disponível das famílias. Este é o retrato traçado pelo Boletim Económico da Primavera do Banco de Portugal.

Procura para arrendamento está em 45,5%

A estabilização é o futuro do mercado imobiliário. Contudo, a procura de bens imóveis continua a ser uma constante, efectuada com uma abrangência diversificada e em moldes mais restritos. Segundo o Catálogo de Estudos de Mercado relativamente ao II Trimestre de 2013 – elaborado pelo Gabinete de Estudos da APEMIP - Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal –, no primeiro trimestre de 2013 as intenções de procura de imóveis para arrendamento aproximaram-se dos 45,5%, em alguns distritos essa realidade atinge mais de metade das pesquisas efectuadas.

Nas pesquisas efectuadas ao Portal CasaYes, durante o primeiro trimestre deste ano, a procura de valores, no âmbito nacional, direccionada para o arrendamento residencial, encerrava-se entre os 300 e os 500 euros em 38,7% dos casos seguida de valores inferiores ou iguais a 300 euros (37,8%), e finalmente o patamar entre 500 e 750 euros (14,4%).

Contrastando a procura com o que existe em stock no mercado, continua a denotar-se um certo desequilíbrio, sobretudo no limite inferior. De facto, apenas 10,9% dos imóveis para oferta no Portal registaram valores inferiores ou iguais a 300 euros, 43% encerram valores compreendidos entre os 300 e os 500 euros e 21,3% entre os 500 e os 750 euros.

Para aquisição é de 52,7%

Relativamente à procura de imóveis residenciais para aquisição, esta garantiu 52,7% das pesquisas efectuadas ao portal imobiliário CasaYes. Quase um quarto (24,8%) direccionou-se para valores inferiores ou iguais a 75 mil euros; 30,8% das procuras situou-se entre os 75 mil e os 125 mil euros; e 19,9% entre os 125 mil e 175 mil euros. Em relação à oferta, os valores médios concentraram-se maioritariamente na faixa dos 75 mil aos 125 mil euros (29,1%) e entre os 125 mil e os 175 mil euros (20,2%).

Na procura por imóveis para compra, os apartamentos tiveram 57,3% das pesquisas e as moradias 30,5%. Por tipologia a procura continua segmentada, à semelhança da oferta, maioritariamente nos T2 e T3.

Lisboa mais procurada

Tendo por unidade de análise o concelho, no primeiro trimestre do ano o município de Lisboa destaca-se nos concelhos mais pesquisados, com 10,8%; e por segmentos tem 15,9% da busca de apartamentos, 7,3% nos imóveis não residenciais, 8,3% nos imóveis para compra 8,3%, e 14,8% para arrendamento.

Na procura de moradias, Vila Nova de Gaia continua a assumir a liderança com 4,5% de pesquisas geradas, ocupando Lisboa o oitavo lugar neste caso. No que se refere ao arrendamento, as pesquisas centram-se maioritariamente em municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.

Fonte: SOL/Gabinete de Estudos da APEMIP

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