A renegociação em baixa dos valores de rendas pagos pelos lojistas é uma situação com tendência a agravar-se, em consequência da atual situação económica e financeira. De acordo com o estudo W Market Review 2012, elaborado pela consultora Worx, “reforça-se a tendência, já apresentada em 2011, de renegociação em baixa dos valores de renda, com reduções entre os 20% e os 40% do valor de mercado de há 2/3 anos”.
De acordo com o estudo, “esta redução é acompanhada da determinação de um período de redução de rendas pré-estabelecido que permite aos lojistas reduzir custos e fazer face a este período difícil e aos proprietários, uma gestão de cash-flow mais eficiente”.
Na opinião de Pedro Rutkowski, que lidera a consultora, “os proprietários encontram-se mais flexíveis e preferem reduzir as rendas, tendo como contrapartida o prolongamento dos contratos de arrendamento, ao invés de correrem o risco de ficarem com imóveis devolutos. Muitos retalhistas conseguiram, inclusive, assumir apenas uma renda variável, o que revela a maior abertura dos proprietários e a maior partilha do risco do negócio”.
Assim, regista-se uma descida generalizada dos valores de renda, mais acentuada em superfícies comerciais secundárias bem como em zonas cujo comércio local não apresenta tanta força. Em localizações prime, os valores de arrendamento permanecem elevados, com valores entre os 50 e os 85 euros/m2/mês, caso do Chiado e Av. da Liberdade, em Lisboa. Enquanto em Santa Catarina e Boavista, no Porto, apresenta valores entre os 17,5 e os 14 euros/m2/mês.
Abertura de cinco shoppings
Num cenário de contração do consumo, a estratégia dos promotores tem passado sobretudo pela diferenciação dos produtos e pela cada vez maior qualificação para que se tornem mais atrativos. “Muitos shoppings têm sido alvo de obras de remodelação e beneficiação e houve mesmo alteração de conceitos como é o caso do Odivelas Parque - atualmente Strada Shopping & Fashion Outlet – que se transformou no primeiro outlet na periferia imediata de Lisboa com a presença de lojas de várias insígnias de moda”, refere o estudo. Depois de 2012 não ter ocorrido a abertura de qualquer centro comercial e de apenas terem entrado no mercado duas unidades comerciais no formato de retail parks - o Multiusos Oriente em Loures, com uma área de 6500 m2, e o City Park das Caldas da Rainha, num total de 5440 m2 – entre 2013 e 2014 encontra-se prevista a abertura de 5 novas unidades comerciais algumas com a construção iniciada ou prestes a iniciar. As unidades previstas totalizam cerca de 190 mil m2 de ABL, dos quais apenas 20 mil m2 são correspondentes a outros formatos de retail. Este ano está prevista a abertura do Évora Shopping, com 16 mil m2 de ABL, e de 20 mil m2 de ABL do Dolce Vita Braga, que se estima seja em retail park. Em 2014 anuncia-se a abertura dos 70 mil m2 de ABL do Dolce Vita Braga, atualmente gerido pela Sonae Sierra, do Fórum Setúbal, da Multi Development, com 43 mil m2 de ABL e do Alegro Setúbal, o único que resulta da ampliação e remodelação de uma unidade pré-existente, a galeria do hipermercado Jumbo.
Fonte: Público
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.