Os chineses estão de olhos postos em Portugal. O programa de vistos "gold" que abre o País a investidores estrangeiros está a atrair o mercado asiático. Depois de já ter entregue 150 vistos dourados, desde o lançamento da iniciativa, o Governo multiplica-se em reuniões de esclarecimento e apelo ao investimento. A empresa de Stanley Ho, que promove o complexo urbanístico da Alta de Lisboa, quer vender 200 casas do projeto a chineses, adiantou Vincent Tung, diretor de marketing da Shun Tak Holding, ao Negócios.
Em Macau, onde terminou esta quinta-feira o 2º Fórum Económico do Turismo Global, Adolfo Mesquita Nunes, secretário de Estado do Turismo, não parou entre reuniões e apresentações. Objetivo: mostrar um Portugal moderno e um local ideal para investimento. E a sala reservada pelo AICEP para prestar esclarecimentos sobre o ARI (Autorização de Residência para Investimento) encheu-se, com os potenciais interessados a atropelarem-se para pedir esclarecimentos sobre o programa de vistos "gold".
O multimilionário do jogo é dos investidores chineses mais populares em Portugal. Dono do Estoril Sol já investiu nalgumas empresas portuguesas e é responsável por um dos maiores projetos imobiliários da capital, a Alta de Lisboa. Contudo, a crise fez com que este projeto de urbanismo próximo do aeroporto da capital desacelerasse.
Vincent Tung, explicou que este programa é muito aliciante para os investidores chineses. "Com o arranque do Golden Visa pensámos em abrir o projecto da Alta de Lisboa ao mercado chinês". Neste momento, o desenvolvimento da Alta de Lisboa está na sexta fase, ou seja, a meio, e o restante poderá estar dependente do sucesso deste projeto. "Só comecámos agora, tinhamos de afinar todos os processos legais, o preço e fazer o pacote", explicou o diretor. Agora, com a solução pronta, "o nosso target é a classe alta da China que quer entrar na Europa, quer fazer um bom investimento que depois pode vendê-lo".
A maior atração, acima da propriedade, é a possibilidade de terem um passaporte para viajar pela Europa. "Criámos um pacote de vendas que incluiu a propriedade, o apoio legal para se candidatarem ao 'Golden Visa' e nós tratamos de tudo durante cinco anos", contou. Vincent Tung confessa que "há muita confusão no mercado, há muitas pessoas que não conseguem ter o visto, porque falham algumas partes do processo". Para já, a empresa de Stanley Ho está "à procura de 150 compradores para 200 unidades, e se isto resultar podemos avançar para a fase seguinte do projeto", conclui.
Também Gilberto Jordan, administrador do Jordan Group, esteve em Macau para promover os seus projetos. Com algumas casas do projeto do Algarve vendidas a chineses, agora é a vez do Belas Club de Campo, localizado no concelho de Sintra. "Nós temos sido procurados, por 'brokers', investidores e é difícil chegar ao cliente final", admitiu o responsável, acrescentando. "Nós estamos a falar com alguns que querem investir em mais substanciais, mas temos de os convencer sobre se podem fazer o processo todo chave-na-mão, como já se faz com os ingleses ou irlandeses no Algarve".
Mais de metade da venda de imobiliário "premium" no centro de Londres foi feita a investidores de Hong Kong no valor de 350 milhões de libras (416 milhões de euros), segundo o "South China Morning Post". Os investidores de Hong Kong e Singapura têm procurado novos locais para investir. O Japão também tem sido uma das apostas , segundo a mesma fonte.
Fonte: Negócios
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