A promoção de edifícios de escritórios caiu significativamente nos últimos dois anos. Contudo a boa notícia é que a reabilitação cresceu e poderá manter a tendência.
A promoção de empreendimentos destinados ao mercado de escritórios caiu de forma abrupta em Lisboa, nos últimos anos. No entanto a reabilitação aumentou e poderá tornar-se uma tendência futura. A ideia é deixada pelos profissionais das principais mediadoras que actuam no mercado de escritórios. Assim, Eduardo Fonseca, director do departamento de escritórios da Aguirre Newman, considera que “assistimos a um aumento da reabilitação de edifícios de escritórios, num total de sete, com conclusão prevista ainda em 2013 e outros para o decorrer 2014. Na sua opinião, entre 2012 e 2013, assistimos também a um aumento da reabilitação de edifícios de escritórios com a alteração do seu uso para outros sectores de actividade, caso da hotelaria na zona da Baixa/Chiado e o residencial entre o Marquês de Pombal e as Avenidas Novas.
Relativamente à promoção de edifícios, salvo raras excepções, como a sede da Zon e da Novartis,“não tem havido promoção de novos edifícios no nosso mercado”, salienta Eduardo Fonseca.
Na opinião de Mariana Seabra, directora de office agency e corporate solutions da Jones Lang LaSalle, “grande parte da oferta que é colocada no mercado provém da reabilitação de edifícios, sendo que do total de oferta especulativa prevista até ao final de 2014, 40% (12.800 m2) localiza-se em edifícios reabilitados”. Assim, adianta, “prevemos que esta tendência se reforce nos próximos anos e se apresente como uma excelente oportunidade para a promoção imobiliária, já que quando a procura ativa de escritórios voltar a ser uma realidade, deverão surgir novos requisitos em termos de modernidade que o stock existente não contempla”.
Segundo Pedro Salema Garção, head of agency da Worx, a perspectiva em relação a 2014, é que“a nova oferta em pipeline prevista até 2014 ascende a cerca de 70.000 m2, dos quais 70% se concentram nas zonas 1 e 2”.
Na sua opinião, “a maioria dos edifícios em pipeline são reabilitação de imóveis pré-existentes tendo a construção nova menor expressão. Ainda assim, o maior edifício previsto é o Duarte Pacheco 7, uma promoção com um total de 16.750 m2”.
Pedro Garção alerta que “relativamente a projectos de reabilitação de edifícios, irão continuar mas não chegam aos m2 verificados em 2012 na zona prime CBD. É natural que o volume abrande, não só porque há vários processos em curso mas também porque a ocupação não tem sido tão célere como inicialmente esperado”.
Aposta nas zonas nobres
Carlos Oliveira, partner, head of office agency da Cushman & Wakefield, considera que “a construção continua praticamente parada, com pouquíssimas excepções, o que se irá traduzir num défice de oferta a curto prazo para os grandes ocupantes, uma vez que a oferta existente está muito dispersa”.
Na sua opinião “existem vários casos de reabilitação mas sempre nas zonas mais nobres da cidade e em que a componente de retalho tem um peso muito importante na viabilidade dos projectos. Normalmente de pequena ou média dimensão, com fachadas antigas e uma imagem clássica e de prestígio”, alerta.
Por seu lado Jorge Bota, responsável da BPrime, acredita que “para 2014 o panorama só poderá melhorar, não só porque se começam a sentir alguns sinais de melhoria na economia e os sinais para o próximo ano têm vindo a confirmar essa recuperação, além de que se começa a sentir um certo equilíbrio entre oferta e procura, pelo menos em algumas das zonas de escritórios, como o Parque das Nações”.
Jorge Bota acrescenta que “com esse equilíbrio, que se deve essencialmente ao praticamente congelado mercado de nova construção de escritórios, permite-nos acreditar que o próximo ano será o do restabelecer de um certo equilíbrio no mercado, e quem sabe se não com alguma recuperação de valor, que é talvez a característica mais preocupante”.
Por seu turno André Almada, director sénior de agência de escritórios, comércio, industrial e logística da CBRE, salienta que, apesar da brusca retracção da construção nos últimos anos,«poderemos assistir a uma depreciação nos valores das rendas em 2014, consequência do excesso de oferta no CBD Prime, o que poderá criar um efeito dominó relativamente às restantes zonas do mercado”.
Fonte: Público
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