O Grupo Espírito Santo (GES) está a desenvolver uma nova estratégia para o imobiliário e os objetivos são ambiciosos: fazer mais reabilitação, lançar dois projetos por ano e alargar as intervenções das casas aos escritórios.
“O segmento residencial vai continuar a ser a área onde vamos reforçar o nosso portfolio mas, apesar deste enfoque, vamos aprofundar a aposta na reabilitação de edifícios em zonas históricas e emblemáticas de Lisboa e Porto, tanto no residencial como nos escritórios”, adiantou o administrador da Espírito Santo Property, Aniceto Viegas.
Segundo este responsável, a empresa já tem três novos projetos de mais de 40 milhões de euros em curso. O primeiro, que arranca “no final deste ano, ou no início do próximo”, é o Castilho 15, na Rua Castilho, em Lisboa. “O imóvel, que irá manter a fachada, será reconvertido em apartamentos com tipologias que deverão ir do T1 ao T4 duplex, incluindo ainda duas lojas no piso térreo”, explicou Aniceto Viegas.
Já os outros dois projetos, localizados na zona da Avenida da Liberdade e do Chiado, estão numa fase mais embrionária. “Estamos a analisar algumas propostas, uma para um edifício de escritórios e outro para um projeto residencial”, que custarão cerca de 20 milhões.
Contudo, Aniceto Viegas não descarta que haja mais investimentos em 2014. “Temos alternativas em análise e esperamos em breve ter novos projetos”, disse, reparando que recebem “frequentemente” propostas para comprar ou fazer parcerias em prédios para reabilitar.
Edifício da Michael Kors quase vendido
O bichinho da reabilitação urbana começou em 2011, com a transformação do Ivens 31, um edifício de habitação de luxo no Chiado, em Lisboa. Até aqui, os projetos do Espírito Santo eram todos de raiz, como o Palácio Estoril Residências - com as casas mais caras de Portugal -, ou o Foz Diogo Botelho, no Porto.
Do Ivens 31 até à reabilitação do Liberdade 108 - o edifício de escritórios onde está também a primeira loja da Michael Kors no país - foi um instante, que marcou também a viragem na estratégia da empresa. Segundo Aniceto Viegas, a escolha da Avenida da Liberdade para fazer escritórios foi quase óbvia: “É a zona mais valorizada e com uma elevada procura, o que leva a que os negócios sejam mais céleres”. Não é, por isso, de estranhar que estejam já em negociações para vender o Liberdade 108, ou que a Baixa de Lisboa seja a zona onde vão desenvolver as próximas reabilitações, ou ainda que as vendas das suas casas tenham crescido 20% este ano face a 2012.
Grupo investe 156 milhões em anos de crise
O Grupo Espírito Santo tem sido o promotor mais ativo do imobiliário português dos últimos cinco anos, quase todos de crise, primeiro no setor e depois no país. De 2009 até agora, já investiu 156 milhões em três projetos novos - Palácio Estoril Residências, Foz Diogo Botelho e Douro Atlantic Garden - e em mais duas reabilitações - Ivens 31 e Liberdade 108. E isto sem contar com os 200 milhões que estão a investir, a dez anos, no Oeiras Golf & Residence. Agora vai investir mais 40 milhões e, a lançar dois projetos por ano, prevê-se que esta ordem de grandeza seja para continuar.
Fonte: Dinheiro Vivo
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