06 janeiro 2014

2013. Rendas desceram mas a ritmo mais lento


Rendas oscilam entre os 300 e 500 euros, mas existe uma fatia entre os 500 e 750, que não chega a 15%.
O ritmo da descida das rendas das casas em Portugal Continental abrandou em 2013 face ao ano anterior, de acordo com o Índice de Rendas Confidencial Imobiliário. No terceiro trimestre do ano passado, as rendas desceram 0,7% face ao mesmo período de 2012, mas este valor representou uma recuperação quer em relação à variação homóloga registada no trimestre anterior (-1,0%) quer em relação à observada no 1º trimestre de 2013 (-2,2%).

O diretor da revista "Confidencial Imobiliário" (Ci), Ricardo Guimarães, aponta três fatores essenciais para a queda das rendas: o aumento da oferta, a redução do rendimento das famílias e o próprio decréscimo do preço das casas. Já a CEO da Remax, Beatriz Rubio, responsabiliza a nova legislação pelo ritmo menos acelerado da queda do valor da rendas: "A nova lei do arrendamento elevou o preço das rendas antigas equilibrando a descida das outras", explica. Para Ricardo Guimarães, tudo indica que esta tendência se mantenha em 2014, "porque persistirá a incerteza sobre o rendimento, assim como a pressão sobre o preço dos imóveis". Contudo "será possível admitir que no final de 2014 as rendas estabilizem, beneficiando da melhoria das condições económicas do 'fim da crise'", afirma.

Já as imobiliárias consideram que não há certezas absolutas quanto à altura em que se verificará a inversão desta tendência, mas arriscam-se a afirmar que se dará entre este e o próximo ano. Só o diretor-geral da ERA, Miguel Poisson, é que considera que a médio prazo a performance das rendas praticadas se mantenha com tendência em baixa. Chama contudo à atenção para "alguns bairros históricos em algumas zonas do país que estão na moda" e que, nesses casos, o preço tem subido, sobretudo devido à entrada de investidores.

O presidente da Century 21, Ricardo Sousa, lembra que os portugueses continuam a preferir comprar do que arrendar, mas a conjuntura obriga a que tenham de optar cada vez mais pelo arrendamento, porque não conseguem crédito à habitação. Não é por isso de estranhar que o arrendamento tenha vindo a ganhar terreno nas operações das diversas agências imobiliárias nacionais. Na Century 21, representa 58% de todas as transações, apesar de ter ficado abaixo dos 50% nos últimos meses. Por sua vez, na Remax, de Janeiro a Novembro de 2013, representou 54% das operações. A ERA foi a que apresentou uma percentagem mais baixa de arrendamento: 36%.

As zonas em que as rendas tiveram de baixar mais foram Lisboa e Porto. Segundo o presidente da Ci, isto acontece, devido ao crescimento do mercado, em especial nas periferias, o que obriga a uma maior pressão sobre os centros metropolitanos, que "tiveram de se ajustar a uma oferta significativa em zonas mais baratas". Em complemento, Ricardo Sousa acrescenta que as oscilações dos valores das rendas se centraram, em especial, nas zonas onde se registaram taxas de desemprego mais elevadas.

Em termos gerais, as rendas oscilam entre os 300 e 500 euros. Contudo, "existe uma fatia de rendas entre os 500 e os 750 euros que não chega aos 15%", diz Miguel Poisson.

Fonte: iOnline

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.