Os leilões de casas feitos pela banca tendem a acabar. A seguir vêm os leilões de imóveis para o terciário.
Os leilões imobiliários que se popularizaram nos últimos três anos permitiram grandes negócios à banca que lucrou com os imóveis resgatados por incumprimento do crédito à habitação mas foram também muito rentáveis para quem comprou casas com descontos até 30%.
Mas as oportunidades em ambiente de leilão para o mercado habitacional serão cada vez mais raras em 2014. Ainda assim continuarão a multiplicar-se as propostas tentadoras em relação aos imóveis comerciais, que continuam a acumular-se nos stocks dos bancos.
"Os leilões trouxeram boas oportunidades para quem já as aproveitou. Neste período de crise fizeram-se excelentes negócios, mas a procura de casas através do mercado regular já voltou a sentir-se e desde julho os imóveis estão a ser escoados sem necessidade de descontos. Aliás, já há zonas onde os preços começaram a subir e a subir bastante, como no Parque das Nações, no Chiado ou em Cascais", diz João Martins, responsável pela área dos imóveis institucionais no grupo Remax e pelos leilões de imóveis da banca que se realizaram nos últimos dois anos: nove no total, que envolveram 160 imóveis num montante avaliado em nove milhões de euros e com uma taxa de sucesso de vendas na ordem dos 50%.
A crescente recetividade dos bancos para negociar com os particulares em apuros e a consequente diminuição do ritmo das dações de imóveis aliada à retoma do mercado são fatores que contribuíram para aliviar os stocks da banca. "Há bancos que já quase só têm imóveis comerciais para libertar através dos leilões", acrescenta João Martins.
Pedro Girão, diretor-geral da Euroestates, maior empresa do sector na área dos leilões imobiliários, confirma que o tipo de produto a leiloar em 2014 tem tendência para mudar: "Os bancos possuem, neste momento, imóveis muito difíceis de vender, como lojas, escritórios e armazéns, e têm uma necessidade grande de os escoar. Em 2013 este tipo de produto não representava mais do que 10% do total de imóveis em licitação".
50 milhões em leilões
Durante o ano que agora findou, a empresa organizou 30 leilões de norte a sul do pais e um em Paris, no Salão Imobiliário de Portugal.
No total, a empresa vendeu mais de 800 imóveis de um conjunto de 1.500 disponibilizados pelos vários bancos. Feitas as contas, o resultado não poderia ser melhor: só em 2013 a Euroestates foi responsável por €50 milhões em volume de transações, sendo os bancos Santander e o Millenium BCP aqueles que mais se destacaram em número de imóveis leiloados no ano passado através desta empresa.
Foi a partir de 2010 que o fenómeno das dações e da acumulação de stocks de imóveis nas carteiras da banca levaram à multiplicação de leilões imobiliários. Recorde-se que no pico da crise, ern 2012, todos os dias, 25 famílias viam-se obrigadas a entregar as suas casas aos bancos por nao conseguirem pagar as suas prestações mensais, segundo números da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) para o primeiro trimestre desse ano.
120 casas vendidas por mês
Os leilões acabaram por ser a solução ideal para a banca escoar o seu produto. "Basicamente porque os leilões diminuem o ciclo de venda dos imóveis e isto tem muito valor para um banco. Um imóvel que entre na carteira de um banco a 1 de janeiro e que no final de dezembro continua nessa carteira gera uma despesa na ordem dos 15% do valor desse imóvel em custos de manutenção, de condomínio ou custos de gestão de carteira dentro da própria instituição".
Daí que mesmo com descontos significativos acabe por compensar a venda nos leilões. Só no último leilão que a Euroestates fez em 2013, em Lisboa e no Porto, estiveram 110 imóveis em licitação e foram vendidos 105.
Quer nos leilões organizados pela Remax quer pela Euroestates, os particulares foram os principais licitadores, as tipologias mais procuradas assentaram no T1 e no T2 e o valor médio do imóvel adquirido custou cerca de €65 mil. Entre os particulares destacaram-se os casais jovens, divorciados e pais que compram casas para os filhos. Os pequenos investidores representaram cerca de 30% dos compradores.
Mas, como aponta João Martins, da Remax, serão cada vez mais raras as oportunidades para adquirir imóveis nestas condições.
Até porque, como sublinha este responsável, o "ano de 2013 correu bem à maioria dos bancos, que já estão a escoar muitos imóveis no mercado tradicional. Só a Remax ajudou a vender mais de 1.000 imóveis ao longo do ano. Atualmente estamos a fazer 120 escrituras por mês de imóveis da banca", diz João Martins, que é também diretor-geral da Maxfinance, rede de agências de consultoria financeira do grupo Remax.
Lisboa: 11 prédios estão à venda
A Câmara Municipal de Lisboa vai efetuar na próxima sexta-feira, dia 17, mais uma hasta pública no âmbito do programa "Reabilita Primeiro Paga Depois". A hasta tem 11 prédios urbanos municipais para alienar, com um valor-base global de €2,8 milhões. Recorde-se que esta é a quarta hasta pública realizada pela autarquia no âmbito deste programa. Em 2013, entre abril e julho, foram realizados os três primeiros leilões que abrangeram 52 edifícios. Nestas iniciativas foram arrematados 45 imóveis, por um valor total de €7,7 milhões.
Porto: Autarquia fatura um milhão em cinco minutos
A Câmara Municipal do Porto arrecadou esta semana €1,05 milhões naquela que foi a primeira hasta pública da presidência de Rui Moreira. Dois prédios contíguos no centro histórico da cidade foram vendidos à sociedade hoteleira Alfaway Hotels. Os imóveis que possuem capacidade para habitação, comércio e escritórios deverão ser explorados para fins turísticos. Os imóveis foram arrematados em apenas cinco minutos.
Faro: Palácio à venda
O Palácio Belmarço, edifício histórico e emblemático da cidade de Faro, deverá ser colocado em hasta pública no primeiro trimestre de 2014 pela empresa Estamo, segundo declarações recentes do presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, à agência Lusa. O Palácio Belmarço foi adquirido pela Câmara Municipal de Faro a um particular e, em 2007, foi cedido ao Ministério da Justiça com vista à instalação do Tribunal da Relação de Faro. o objetivo de transformar o Palácio Belmarço num Tribunal da Relação de Faro foi um projeto que "nunca passou do papel", lamentou o autarca.
"Os leilões trouxeram boas oportunidades para quem já as aproveitou. Neste período de crise fizeram-se excelentes negócios, mas a procura de casas através do mercado regular já voltou a sentir-se e desde julho os imóveis estão a ser escoados sem necessidade de descontos. Aliás, já há zonas onde os preços começaram a subir e a subir bastante, como no Parque das Nações, no Chiado ou em Cascais", diz João Martins, responsável pela área dos imóveis institucionais no grupo Remax e pelos leilões de imóveis da banca que se realizaram nos últimos dois anos: nove no total, que envolveram 160 imóveis num montante avaliado em nove milhões de euros e com uma taxa de sucesso de vendas na ordem dos 50%.
A crescente recetividade dos bancos para negociar com os particulares em apuros e a consequente diminuição do ritmo das dações de imóveis aliada à retoma do mercado são fatores que contribuíram para aliviar os stocks da banca. "Há bancos que já quase só têm imóveis comerciais para libertar através dos leilões", acrescenta João Martins.
Pedro Girão, diretor-geral da Euroestates, maior empresa do sector na área dos leilões imobiliários, confirma que o tipo de produto a leiloar em 2014 tem tendência para mudar: "Os bancos possuem, neste momento, imóveis muito difíceis de vender, como lojas, escritórios e armazéns, e têm uma necessidade grande de os escoar. Em 2013 este tipo de produto não representava mais do que 10% do total de imóveis em licitação".
50 milhões em leilões
Durante o ano que agora findou, a empresa organizou 30 leilões de norte a sul do pais e um em Paris, no Salão Imobiliário de Portugal.
No total, a empresa vendeu mais de 800 imóveis de um conjunto de 1.500 disponibilizados pelos vários bancos. Feitas as contas, o resultado não poderia ser melhor: só em 2013 a Euroestates foi responsável por €50 milhões em volume de transações, sendo os bancos Santander e o Millenium BCP aqueles que mais se destacaram em número de imóveis leiloados no ano passado através desta empresa.
Foi a partir de 2010 que o fenómeno das dações e da acumulação de stocks de imóveis nas carteiras da banca levaram à multiplicação de leilões imobiliários. Recorde-se que no pico da crise, ern 2012, todos os dias, 25 famílias viam-se obrigadas a entregar as suas casas aos bancos por nao conseguirem pagar as suas prestações mensais, segundo números da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) para o primeiro trimestre desse ano.
120 casas vendidas por mês
Os leilões acabaram por ser a solução ideal para a banca escoar o seu produto. "Basicamente porque os leilões diminuem o ciclo de venda dos imóveis e isto tem muito valor para um banco. Um imóvel que entre na carteira de um banco a 1 de janeiro e que no final de dezembro continua nessa carteira gera uma despesa na ordem dos 15% do valor desse imóvel em custos de manutenção, de condomínio ou custos de gestão de carteira dentro da própria instituição".
Daí que mesmo com descontos significativos acabe por compensar a venda nos leilões. Só no último leilão que a Euroestates fez em 2013, em Lisboa e no Porto, estiveram 110 imóveis em licitação e foram vendidos 105.
Quer nos leilões organizados pela Remax quer pela Euroestates, os particulares foram os principais licitadores, as tipologias mais procuradas assentaram no T1 e no T2 e o valor médio do imóvel adquirido custou cerca de €65 mil. Entre os particulares destacaram-se os casais jovens, divorciados e pais que compram casas para os filhos. Os pequenos investidores representaram cerca de 30% dos compradores.
Mas, como aponta João Martins, da Remax, serão cada vez mais raras as oportunidades para adquirir imóveis nestas condições.
Até porque, como sublinha este responsável, o "ano de 2013 correu bem à maioria dos bancos, que já estão a escoar muitos imóveis no mercado tradicional. Só a Remax ajudou a vender mais de 1.000 imóveis ao longo do ano. Atualmente estamos a fazer 120 escrituras por mês de imóveis da banca", diz João Martins, que é também diretor-geral da Maxfinance, rede de agências de consultoria financeira do grupo Remax.
Lisboa: 11 prédios estão à venda
A Câmara Municipal de Lisboa vai efetuar na próxima sexta-feira, dia 17, mais uma hasta pública no âmbito do programa "Reabilita Primeiro Paga Depois". A hasta tem 11 prédios urbanos municipais para alienar, com um valor-base global de €2,8 milhões. Recorde-se que esta é a quarta hasta pública realizada pela autarquia no âmbito deste programa. Em 2013, entre abril e julho, foram realizados os três primeiros leilões que abrangeram 52 edifícios. Nestas iniciativas foram arrematados 45 imóveis, por um valor total de €7,7 milhões.
Porto: Autarquia fatura um milhão em cinco minutos
A Câmara Municipal do Porto arrecadou esta semana €1,05 milhões naquela que foi a primeira hasta pública da presidência de Rui Moreira. Dois prédios contíguos no centro histórico da cidade foram vendidos à sociedade hoteleira Alfaway Hotels. Os imóveis que possuem capacidade para habitação, comércio e escritórios deverão ser explorados para fins turísticos. Os imóveis foram arrematados em apenas cinco minutos.
Faro: Palácio à venda
O Palácio Belmarço, edifício histórico e emblemático da cidade de Faro, deverá ser colocado em hasta pública no primeiro trimestre de 2014 pela empresa Estamo, segundo declarações recentes do presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, à agência Lusa. O Palácio Belmarço foi adquirido pela Câmara Municipal de Faro a um particular e, em 2007, foi cedido ao Ministério da Justiça com vista à instalação do Tribunal da Relação de Faro. o objetivo de transformar o Palácio Belmarço num Tribunal da Relação de Faro foi um projeto que "nunca passou do papel", lamentou o autarca.
Fonte: Expresso
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