17 fevereiro 2014

Imobiliário: Investimento francês em Portugal já supera 20 milhões de euros


Imobiliário promove-se sem apoios públicos. Salão de Paris investiu meio milhão nas últimas edições.
França é o país da Europa que lidera o processo de internacionalização do sector imobiliário português. O regime fiscal para residentes não habituais, criado por Portugal, os seniores com vontade de sair do país e o aumento dos impostos em França foram "a rampa de lançamento" para a aposta em Portugal.

Assim, a AIP - Feiras, Congressos e Eventos, em parceria com a Câmara do Comércio e Indústria Franco-Portuguesa, a APEMIP e a AICEP já tem agendada para Maio a 3.a edição do Salão do Imobiliário e do Turismo português em Paris.

Este salão é apenas um dos muitos projectados (Moçambique, China e Angola) para dar continuidade à estratégia já definida nos últimos anos pela AIP para a captação de investimento estrangeiro no imobiliário nacional. "Só a primeira e segunda edições do salão em Paris trouxeram de forma imediata cerca de 20 milhões de euros de investimento francês", garantiu ao i o director executivo da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP), Ricardo Simões, sublinhando que "agora já devemos ter ultrapassado esse plafond e muito mais". Esta é uma estimativa que, segundo ele, foi calculada por baixo, já que muitos dos inquéritos colocados junto dos expositores não foram respondidos.

Para Ricardo Simões o regime do residente não habitual surgiu no tempo certo para os investidores franceses. "Só o ano passado houve um aumento de 8% de franceses em Portugal", afirma o director-executivo da CCIFP, ao mesmo tempo que chama a atenção para os 15 milhões de seniores (acima dos 50 anos) em idade de reforma ou pré-reforma, com poder de compra e vontade de expatriação. "Os seniores costumavam escolher a região de Magrebe, mas a Primavera Árabe, em 2009, fez com que começassem a pensar investir noutros lados. Este foi o momento para prepararmos uma acção decisiva que viesse um dia a canalizar este movimento de franceses para Portugal", explica. Aliado a isto, o aumento de impostos em França só ajudou a que muitos quisessem deixar o país.

Apesar de o imobiliário ser essencial para relançar a construção, a sua promoção ainda não usufrui de apoios do Estado. "Não conseguimos enquadrar a nossa actividade no QREN. De momento, este trabalho é feito com o investimento das empresas e das nossas organizações", esclarece ao i o director de área de feiras da FIL, Jorge Oliveira. Só o salão de Paris nas duas edições anteriores investiu meio milhão de euros sem qualquer apoio externo para a sua aposta neste sector. Esta situação, segundo Jorge Oliveira, é incompreensível, porque o imobiliário funciona como "rastilho" para outros investimentos.

A mesma fonte faz ainda questão de salientar que as características dos portugueses jogam a favor do crescimento do investimento no país. "Aquilo que até há alguns anos era o nosso ponto fraco, agora é um ponto forte: a nossa capacidade de saber respeitar e aceitar a cultura dos outros é determinante nos negócios". Além disso, o profissional é da opinião que recebemos bem e que, quando vamos para fora, temos a mesma filosofia. "Integramo-nos com extrema facilidade, numa perspectiva de partilha", conclui.

Fonte: iOnline

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